Ilustração de livro infantil deixou de ser coisa de criança. Entusiasmados com a demanda das editoras de olho nas compras governamentais de livros paradidáticos- que, a exemplo da Companhia das Letras e Cosac Naify, criaram selos especiais para o público infanto-juvenil - ilustradores se articulam para vender o produto de seu trabalho de forma mais organizada. Quem sai ganhando com a profissionalização é o leitor. Impressionada com o aumento do nível das ilustrações de livros dirigidos a crianças e jovens, Ieda de Oliveira, professora carioca de Teoria da Literatura, até defendeu uma tese sobre o assunto e lançou pela editora Difusão Cultural do Livro (DCL) O Que é Qualidade em Ilustração no Livro Infantil e Juvenil, segundo de uma série de três volumes dedicados ao tema com a participação de escritores (o primeiro) , ilustradores (o segundo) e educadores (o terceiro, a sair ainda este ano pela mesma editora).
Como um cartão de visitas, a Sociedade dos Ilustradores do Brasil (SIB) lançou um catálogo com alguns dos principais ilustradores que integram a associação. Em ambos os livros, um nome se destaca, o do premiado ilustrador Odilon Moraes, que faz a apresentação dos colegas no catálogo e acaba de lançar uma nova versão de seu A Princesinha Medrosa pela Cosac Naify, editora de outros livros ilustrados pelo arquiteto e artista que agora, com o "boom" dos livros destinados ao público infanto-juvenil, firmou com ela um contrato muito especial. Odilon foi desafiado a apresentar os projetos mais difíceis para a editora - desses que os concorrentes automaticamente recusam pelos altos custos gráficos e ambições artísticas. E A Princesinha Medrosa é o primeiro desafio vencido. Com ilustrações inéditas, o livro, também escrito por Moraes e anteriormente publicado pela Companhia das Letras, ganha novo formato e capa em baixo-relevo - aparentemente, apenas um capricho formal do autor mas que, no final das contas, acaba por revelar a prevalência do projeto do criador nas novas negociações com os editores.
A capa de Odilon mostra o rosto de uma princesinha escondida atrás de uma janela, que se abre em relevo na capa branca, clara homenagem do ilustrador a um dos mais belos livros infantis, O Reizinho das Flores, da ilustradora tcheca Kvelta Pacovská, em que as primeiras páginas têm, ao centro, um buraco pode onde se entrevê a figura imóvel do monarca. Os cenários mudam, mas o rei permanece impassível com o passar das páginas. Já com a princesinha de Odilon, escondida atrás da janela com medo da solidão e do escuro, ela vê crescer o cenário e diminuir o trauma da sua incomunicabilidade à medida que a história avança. Ao se perder da comitiva, encontra seu perfeito interlocutor na figura de um pequeno súdito que conta estrelas à beira de um riacho.
Se, no livro da tcheca Pacovská, o texto tratava do tédio do reizinho mesmo que a paisagem ao seu redor mudasse, o de Odilon precisava reforçar a solidão da princesinha - e nada mais indicado que isolá-la no canto da capa, numa janela em relevo, usando o design para reforçar sua fobia. Esse é um dos aspectos estudados pela acadêmica Ieda de Oliveira em seu livro sobre ilustradores brasileiros, o da correspondência entre texto e imagem e a qualidade estética dessa literatura, que muitos julgam "menor" por ser dirigida a crianças. Ela, então, apresentou um questionário a consagrados autores brasileiros e portugueses e o resultado apontou para uma literatura que, ao contrário, apresenta um conteúdo tão sofisticado quanto o da literatura para adultos.
A professora usou anteriormente o conceito de "contrato de comunicação" do teórico francês Patrick Charaudeau- o da possível aceitação de um acordo entre o autor e o leitor que decide o êxito de uma obra - para definir a literatura infanto-juvenil (em sua tese de doutorado O Contrato de Comunicação da Literatura Infantil e Juvenil, publicada pela editora Lucerna). De fato, o que se vê hoje na ilustração de livros para crianças é uma preocupação maior com o leitor adulto que já tem _ ou deveria ter- o olhar suficientemente educado para passar a "mensagem" do ilystrador/autor às crianças. "Sem esse contrato de comunicação, até mesmo a crítica se equivoca na análise do livro infantil, ao usar o mesmo método de análise da literatura para adultos", observa Ieda de Oliveira. "Há um preconceito contra o ilustrador, como se ele não fosse também autor", diz. "E até os professores, que deveriam ensinar as crianças a ver, ignoram a parte visual por absoluta falta de formação", conclui a estudiosa. var keywords = "";
No próximo domingo, 15 de fevereiro, o carnaval chegará mais cedo às ruas do Ribeirão da Ilha. A partir das 15 horas será realizado o Zé Pereira 2009. O evento, que ocorre sempre no domingo que antecede o carnaval, terá a participação da Banda da Lapa - Sociedade Musical e Recreativa Lapa. O nome vem do português José Nogueira de Azevedo Paredes, apelidado de "Zé Pereira", que, ainda no século 19, saía com uma turma de amigos no carnaval, batendo seus bumbos e instrumentos de percussão pela cidade do Rio de Janeiro.
Neste ano, a festa em apoio da Secretaria de Turismo do Estado de Santa Catarina (Santur) e da Secretaria Municipal de Turismo (Setur). A Banda da Lapa deve animar os foliões com marchinhas de carnaval e outras músicas. O grupo é parceiro do Projeto Bandas SC/Programa Nacional e foi contemplado duas vezes com o Edital da Funarte, recebendo recursos para compra e kit de instrumentos.
SERVIçO
O quê: Zé Pereira 2009
Quando: 15 de fevereiro, a partir das 15 horas
Quanto: gratuito
Local: Ruas da Freguesia do Ribeirão, no Ribeirão da Ilha, Florianópolis
A Fundação Nacional de Artes (Funarte) lançou, no dia 30 de junho de 2009, três de seus editais de incentivo às artes: o do "Prêmio Interações Estéticas - Residências Artísticas em Pontos de Cultura", o da "Bolsa Funarte de Produção Crítica sobre Conteúdos Artísticos em Mídias Digitais/Internet" e o da "Bolsa Funarte de Criação Literária". As inscrições se encerram dia 13 de agosto.
Com o intuito de impulsionar a produção e a difusão artística, a capacitação profissional, a reflexão teórica e o debate de ideias na área cultural, a Funarte viabilizará, ao lançar esses três editais, 86 projetos. No caso do Prêmio Interações Estéticas, serão investidos, nas propostas vencedoras, R$ 2 milhões (do orçamento da Secretaria de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura, parceira da Funarte no programa). Já a Bolsa de Produção Crítica sobre Conteúdos Artísticos em Mídias Digitais / Internet e a Bolsa de Criação Literária distribuirão juntas entre os selecionados o valor de R$ 450 mil (do orçamento da própria Funarte).
Prêmio Interações Estéticas - Residências Artísticas em Pontos de Cultura 2009 - Promovido em parceria com a Secretaria de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura, o Prêmio, em sua segunda edição, oferece a artistas de diversos segmentos a possibilidade de desenvolver projetos integrados a ações de Pontos de Cultura de todo o país. Serão concedidos 71 prêmios: 66 deles, com valores entre R$ 15 mil e R$ 50 mil, serão divididos entre as cinco regiões brasileiras; os outros 5, de R$ 90 mil cada, estão destinados a projetos de "Abrangência Nacional".
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Bolsa Funarte de Produção Crítica sobre Conteúdos Artísticos em Mídias Digitais /Internet - O programa, que chega à sua segunda edição, cria condições materiais para que pesquisadores, teóricos, artistas e estudantes possam se dedicar à produção de conhecimento crítico sobre a atual arte brasileira e sua relação com as tecnologias digitais. Serão distribuídas cinco bolsas de R$ 30 mil, uma para cada região do país. As propostas de trabalho devem estar relacionadas à análise de conteúdos artísticos - das áreas de artes visuais, dança, circo, teatro, performance, fotografia, música, audiovisual e literatura - que tenham sido criados ou estejam expostos em websites, CDs, DVDs, celulares, entre outros.
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Bolsa Funarte de Criação Literária - Com o objetivo de fomentar a produção de textos literários inéditos nos gêneros lírico e narrativo, a Funarte contemplará, por meio deste programa, 10 autores brasileiros, dois de cada região. Cada um receberá uma bolsa de R$ 30 mil. Com essa iniciativa, a Fundação reconhece a importância da diversidade cultural e da produção literária brasileira. As obras propostas não sofrerão quaisquer restrições quanto à temática abordada. O programa está em sua terceira edição.
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Morreu anteontem, aos 76 anos, o baixista cubano Orlando "Cachaíto" López, um dos últimos integrantes do antológico projeto Buena Vista Social Club. Em anos recentes também morreram outros veteranos do grupo: os cantores Compay Segundo, Ibrahim Ferrer e Pío Leyva e o pianista Rubén González.
Considerado o coração pulsante do Buena Vista, Cachaíto morreu num hospital em Havana, dias depois de passar por uma cirurgia de próstata, segundo o músico Manuel Galban, que tocou com López durante décadas.
Nascido em Havana em 1993, López provém de uma verdadeira linhagem de músicos: em sua família há cerca de 30 baixistas, entre eles seu tio Israel "Cachao" López e seu pai Orestes, também compositores reconhecidos.
"Cachaíto" virou sensação mundial como parte do Buena Vista, projeto do músico americano Ry Cooder que revitalizou a música cubana nos anos 1990. Mas López, também era um astro por si próprio, independentemente do Buena Vista.
Inicialmente, "Cachaíto" tinha uma inclinação pelo violino, mas, segundo ele mesmo contou, seu avô o dissuadiu, para ele seguisse com a tradição do clã de contrabaixistas. Desde a adolescência, o músico integrou diversos grupos cubanos. Pioneiro do mambo cubano, aos 17 anos ele já se destacava num grupo chamado Riverside.
Nos anos 1960, passou a integrar a Orquestra Sinfônica Nacional, mas nunca deixou de lado sua vertente popular, combinando toda sorte de estilos, incluindo o jazz. Por aqueles tempos, ele também frequentou a boemia de Havana e seus cabarés. Em meados daquela década aceitou um convite para fazer parte de Los Zafiros, grupo com o qual lançou vários discos. Depois de um período de ostracismo, "Cachaíto" voltou a gravar depois de ser "redescoberto" por Ry Cooder. A família planejava cremar seu corpo.
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Dias 28 e 29 de julho de 2009 Sala Multiuso do Museu Victor Meirelles Das 14h às 18h O Projeto Agenda Cultural 2009 do Museu Victor Meirelles promove nos dias 28 e 29 de julho, a oficina teórica "Reformar e Modernizar: A Arte Brasileira na Primeira República (1889-1930)", com o professor e pesquisador Arthur Valle. Em consonância com o acervo do Museu Victor Meirelles, composto por obras do século XIX e XX, a proposta desta oficina será apresentar alguns dos principais aspectos da produção e do debate artístico brasileiro que marcaram as primeiras décadas do período republicano. O programa terá como foco as artes plásticas e, particularmente, as suas relações com a pedagogia da Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). As considerações serão feitas com base na análise de algumas das principais obras produzidas no período, bem como na discussão de idéias contidas em documentos, em criticas de arte e na historiografia referente à produção artística da Primeira República. Serão abordados os seguintes tópicos: a) A reforma do ensino artístico do Rio de Janeiro em 1890 e seus reflexos na orientação pedagógica da ENBA; b) As relações entre a arte brasileira e a arte internacional do período, com destaque para o sistema de pensionato artístico e para as viagens dos artistas à Europa, em particular à França, Itália e Alemanha; c) O circuito expositivo da Primeira República, com ênfase nas Exposições Gerais de Belas Artes; d) Modernidade, nacionalismo e a resignificação dos gêneros artísticos tradicionais. Sobre a ministrante: Arthur Gomes Valle. Possui graduação em Pintura (1998), Mestrado (2002) e Doutorado (2007) em Artes Visuais, pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EBA-UFRJ). Atualmente, é Pós-Doutorando em História na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde desenvolve pesquisa sobre as Exposições Gerais de Belas Artes durante a 1ª República. é professor titular na área de Artes do Instituto Superior de Educação da Fundação de Apoio à Escola Técnica (ISE/FAETEC); Professor substituto do Instituto de Arte da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (IA-UFRJ); Professor convidado da Pós Graduação Lato Sensu Cultura(s) na América Latina, da UnED Nova Friburgo - CEFET. Tem atuado nas áreas de Pintura e Desenho; História, Teoria e Crítica da Arte; Arte-Educação. é também editor, junto com Camilla Dazzi, da 19&20, a primeira revista eletrônica dedicada exclusivamente ao estudo da arte brasileira do século XIX e início do XX, abordando temas relacionados às artes visuais em geral (pintura, escultura, arquitetura e artes decorativas/aplicadas), assim como à crítica de arte, ao ensino artístico e às instituições que preservam o patrimônio do período (www.dezenovevinte.net).. Pré-inscrição até 22 de julho de 2009. A oficina é gratuita e tem como público-alvo estudantes, historiadores, artistas visuais, professores, entre outros interessados. Serão 44 vagas disponibilizadas, respeitando o seguinte critério de seleção: 11 vagas para membros da Associação dos Amigos do MVM, 11 vagas para professores, 11 vagas para estudantes e 11 vagas para o público em geral. Interessados em participar devem encaminhar até o dia 22 de julho seu pedido de inscrição com os dados abaixo para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. O resultado da seleção será divulgado por e-mail até o dia 23 de julho. Nome completo: Telefone: E-mail: Formação: área de atuação profissional: Instituição: é membro da Associação de Amigos do Museu Victor Meirelles? Por que tem interesse em participar desta oficina? O quê: "Reformar e Modernizar: A Arte Brasileira na Primeira República (1889-1930)", com Arthur Valle Onde: Sala multiuso do Museu Victor Meirelles. Quando: 28 e 29 de julho de 2009, carga horária de 08h/a distribuídas em duas tardes (certificados serão emitidos apenas para os inscritos que obtiverem 75% de freqüência na oficina). Quanto: Gratuita. Para saber mais sobre o museu, acesse o site: www.museuvictormeirelles.org.br Foto: Giovanni Battista Castagneto, Trecho da Praia de São Roque, Niterói, 1898. óleo sobre madeira, 32 x 49 cm. Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes.