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O Museu Histórico de Santa Catarina, localizado no Palácio Cruz e Sousa, antiga sede do governo do Estado, recebe nesta terça-feira (15), às 10h, o descerramento do quadro que retrata o ex-governador Abdon Batista. A obra é de autoria do artista catarinense Bruno Barbi e será doada pela Editora Cruz e Sousa. 

A solenidade faz parte do centenário de falecimento do médico e empresário, primeiro e único negro a ocupar o cargo de governador do Estado e que teve extensa carreira política entre o fim do século XIX e início do XX. Como forma de suprir uma lacuna no acervo do Museu, o quadro será doado à instituição que ajuda a manter viva a memória política do Estado de Santa Catarina.

*Natural de Salvador (BA), Abdon Batista (1852 - 1922) era formado em Medicina e atuou na área da saúde na Bahia até a década de 1880, quando se mudou para São Francisco do Sul (SC) para trablhar no hospital da cidade.

Em 1880 começou sua atuação política. Foi eleito Deputado à Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina em 1884, e novamente eleito em 1888. Exerceu ainda a vereança e a Presidência da Câmara de São Francisco do Sul em 1887.

Assumiu interinamente a Presidência da Província catarinense (cargo atual de Governador), de 26 de junho a 19 de julho de 1889. Após a Proclamação da República (15 de novembro de 1889), foi eleito mais duas vezes Deputado Estadual na Assembleia Legislativa Catarinense, para a 1ª Legislatura (1892-1893) e a 5ª Legislatura (1901-1903). Foi Deputado Federal por quatro mandados e, ainda, Intendente Municipal em Joinville (hoje denominado “Prefeito”) em outros quatro períodos entre 1892 e 1921.

Vice-governador na chapa de Gustavo Richard, assumiu novamente ogoverno do Estado, de forma interina, entre 28 de setembro de 1906 a 21 de novembro de 1906. Foi ainda Senador da República entre 1912 e 1915.

Dedicou mais de 30 anos à política catarinense e contribuiu para o desenvolvimento econômico da região norte e do Estado de Santa Catarina. Faleceu em 15 de março de 1922, em Joinville (SC), vítima de insuficiência hepato-renal, conforme registro de óbito.

(*Fonte: https://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/biografia/5-Abdon_Batista)

Sobre o artista

Bruno Barbi, homem branco brasileiro, nascido em 13 de maio de 1978, data em que a abolição da escravidão no Brasil completaria 90 anos. Desde a infância sempre foi empático aos efeitos dessa abolição inacabada. Paralelamente a isso, sua história com a arte nasceu também na infância, de forma intuitiva, na feitura de desenhos com riqueza de detalhes da figura humana, já carregados de fenótipos negros.

De família materna vinda do maciço do Morro da Cruz, em Florianópolis, e família paterna vinda do Vale do Itajaí, cresceu entre o conservadorismo europeu e as mazelas da vida na favela. Formado em Arquitetura, desde 2011 dedica-se exclusivamente às artes visuais, procurando dar visibilidade à causa antirracista, tendo a oportunidade através desse trabalho de aprender e entender mais profundamente sobre as pautas que se interseccionam e estruturam a desigualdade brasileira.

A partir de 2013 de forma independente, passou a pintar rostos negros pelas ruas da cidade de Florianópolis. Aliada à sua trajetória artística, está envolvido em várias frentes integradas aos movimentos sociais organizados, como a Feira Afro Artesanal e a movimentação cultural incipiente que resgatou o centro antigo da capital catarinense a partir da arte da cultura.