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Será lançado no dia 6 de setembro no Museu Histórico de Santa Catarina - Palácio Cruz e Sousa o livro As Defesas da Ilha de Santa Catarina e do Rio Grande de São Pedro em 1786 - de José Correia Rangel, organizado por Roberto Tonera e Mário Mendonça de Oliveira. A obra ilustrada e multimídia reconstitui a história daqueles que viviam nas cidades fortificadas de Santa Catarina e do estado vizinho no século XVIII.

A publicação da Editora da Universidade Federal de Santa Catarina e Prefeitura de Florianópolis será distribuída para escolas, meios de comunicação e instituições de memória. O livro tem tiragem de mil exemplares e inclui textos introdutórios e explicativos sobre o contexto histórico, mapas, iconografias, plantas das fortalezas da época complementadas com fotografias das fortificações ainda existentes, e um glossário ilustrado que busca auxiliar na compreensão dos termos técnicos do manuscrito, reproduzido em forma de fac-símile, ao lado da transcrição em ortografia atualizada. A obra acompanha ainda um CD–ROM com o conteúdo do material impresso em linguagem multimídia, com recursos de animação tridimensional e links hipertextuais.

O lançamento terá a presença do diretor do Arquivo Histórico Militar de Lisboa, Aniceto Afonso, que cedeu os direitos de publicação e assina a apresentação do livro, exaltando-o como “um acontecimento cultural de grande relevo”. 

A história

Santa Catarina já teve 26 Fortificações de Defesa no século XVIII e o Rio Grande do Sul chegou a erguer 42, das quais sobram oito na Grande Florianópolis e uma em São Francisco do Sul e as ruínas de apenas duas no estado vizinho. Em alguns momentos mais tensos na história das invasões e das disputas territoriais entre Portugal e Espanha, praticamente toda a população da antiga Desterro e do Rio Grande de São Pedro viveu protegido pelas Fortalezas.

Examinando-se mapas demarcados dessa época, observa-se que se enfileiravam uma ao lado da outra, formando extensos cordões nas ilhotas e ao longo do litoral. O início dessas construções de defesa coincide com a própria data de fundação dos dois estados, tamanha foi sua importância no desenvolvimento dos povoados. As possibilidades de se conhecer a vida dentro dessas cidades fortificadas e o seu funcionamento esteve por três séculos encerrada dentro de um manuscrito original de 1786 que só agora vem à luz da história com a publicação de uma grande obra que une os esforços da iniciativa individual, pública e privada.

Em 76 páginas de manuscrito, o autor entremeia 29 estampas coloridas, com desenhos aquarelados dos uniformes, das plantas das fortificações e dos mapas gerais de levantamento dos lugares fortificados das duas povoações. Pinçados na tropa entre os mais capazes intelectualmente e habilidosos nas artes dos desenhos, os engenheiros se destacavam dos oficiais comuns e da massa inculta dos exércitos coloniais, relegada ao analfabetismo. “Eles foram nossos primeiros urbanistas e projetistas de fortificações, igrejas, palácios, edifícios administrativos e outras obras civis e militares, muitas ainda presentes nos centros históricos das nossas cidades”, explicam os organizadores no prefácio.

Como viviam, como sobreviviam, como se organizavam, como se vestiam, o que comiam, o que consumiam, como casavam e constituíam família, como se divertiam, o que faziam os moradores das cidades fortificadas? Sem saber, o futuro capitão deixou um dos documentos mais antigos e importantes da história das fortificações dos dois estados, uma fonte para historiadores pesquisarem o cotidiano da vida militar, o estudo das fortificações portuguesas no Brasil e para a compreensão das origens históricas dos dois estados.  Antes de ser incorporado ao acervo do Arquivo Histórico Militar de Lisboa, o relatório técnico pertenceu no século XIX ao general de Divisão do Exército Português, Jaime Agnelo dos Santos Couvrer, grande colecionador de manuscritos e foi adquirido em 1919 pela Livraria dos Paulistas, de Lisboa.


Serviço:

O que: lançamento do livro As Defesas da Ilha de Santa Catarina e do Rio Grande de São Pedro em 1786 - de José Correia Rangel (Organizadores: Roberto Tonera e Mário Mendonça de Oliveira)
Quando: 06/09/2011, às 19h
Onde: Museu Histórico de Santa Catarina – Palácio Cruz e Sousa

Fonte: Assessoria de Imprensa FCC

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