A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) divulgou no dia 12 de agosto de 2009 os nomes dos dez títulos selecionados pelo Edital de Aquisição de Livros - Cocali. A seleção (veja abaixo) contemplou diferentes gêneros, como romance, conto, poesia e literatura infanto-juvenil. Através do edital, o Governo do Estado vai adquirir 300 exemplares de cada título e distribuí-los para bibliotecas públicas municipais.
"A aquisição e a distribuição de livros são de grande importância para a difusão da literatura catarinense. Com esse edital, o Estado atua como um mediador entre nossos autores e a população, que muitas vezes tem pouco ou nenhum acesso aos bens literários", afirma a presidente da FCC, Anita Pires, que fez a divulgação dos nomes ao lado da diretora de Difusão Artística da FCC, Mary Garcia, e do deputado estadual Sérgio Grando.
As 172 obras inscritas foram avaliadas pela Comissão Catarinense do Livro (Cocali). Os livros escolhidos serão comprados pela Fundação Catarinense de Cultura com desconto de 50% no preço de capa. Devido à qualidade, alguns títulos não selecionados ficaram automaticamente inscritos para a próxima edição do edital, que será lançado até outubro deste ano.
Criada em 1992 e regulamentada em 1996, a lei nº 8759, conhecida como Lei Grando, estabelece a obrigatoriedade da aquisição de livros de autores catarinenses por parte do poder público estadual com a finalidade de municiar as bibliotecas públicas municipais. Já a Comissão Catarinense do Livro (Cocali) foi criada através do decreto nº 841, de 7 de maio de 1996.
Os atuais membros da Cocali foram selecionados e nomeados pelo governador Luiz Henrique da Silveira a partir de uma lista tríplice fornecida por cada instituição para o mandato de um ano. A comissão é composta por representantes da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Fundação Catarinense de Cultura, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Academia Catarinense de Letras, Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, União Brasileira de Escritores / Santa Catarina, além de um renomado escritor.
As inscrições para o Edital de Aquisição de Livros - Cocali ficaram abertas entre 08 e 26 de junho e eram exclusivas para autores catarinenses ou residentes há mais de dez anos em Santa Catarina.
Obras Selecionadas*
Palavras do Xeramõi (Adão Karai Tataendy Antunes)
Relatos de sonhos e lutas (Amílcar Neves)
Caro Rimbaud (C. Ronald)
A Ira das águas (Edla Van Steen)
Beatriz em trânsito (Eloí Elisabet Bocheco)
Alice passou por aqui... (Miriam Portela)
Todas as casas (Roberto Gomes)
Aço e nada (Rubens da Cunha)
Melhores contos de Salim Miguel (Salim Miguel)
Olho e fôlego (Vinícius Alves)
* A lista segue a ordem alfabética do nome dos autores. Não há ordem de seleção.
Membros da Comissão Catarinense de Livros (Cocali)
Marco Vasques (SOL)
Jayro Schmidt (Fundação Catarinense de Cultura)
José Roberto Oshea (UFSC)
Gisela Eggert Steindel (Udesc)
Júlio de Queiroz (Academia Catarinense de Letras)
Dennis Radünz (União Brasileira de Escritores / Santa Catarina)
Augusto César Zeferino (Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina)
Péricles Prade (escritor)
Mary Garcia, Sérgio Grando e Anita Pires na divulgação dos selecionados
O projeto "Sexta no Jardim", promovido pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) no Museu Histórico de Santa Catarina - Palácio Cruz e Sousa, em Florianópolis, recebe nesta sexta-feira, dia 4 de julho, às 18h, o Rafael Calegari Quarteto. O projeto oferece gratuitamente, sempre às sextas-feiras, nos jardins do palácio, apresentações de música, teatro e dança.
Rafael Calegari, músico contrabaixista nascido em Tubarão, atualmente mora em Florianópolis. Em 1999, ingressou no curso de Licenciatura em Música na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Com 11 anos de experiência na área de música, Calegari já participou de diferentes eventos no cenário cultural catarinense, como Joinville Jazz Festival 2004 e 2005, tocando com Metal Brasil, Marco Oliveira Quarteto, Dr. Cipó; 2º Encontro de Bateristas, com o grupo Matita Perê; projeto Banda na Escola, com shows e workshops em escolas públicas do Estado; Orquestra Sinfônica de Santa Catarina (Ossca); Tributo à Piazzolla, no projeto "Viva Piazzolla", em Blumenau. Em gravações de CDs, participou dos trabalhos: Brasil Instrumental Quinteto, André Hematti, Trio Matita Perê, Cambucá, Jobert Narciso; e Ivan Meira, com a participação especial do guitarrista Alegre Corrêa.
Em Florianópolis, apresentou-se com expressivos músicos da região, como Guinha Ramirez , Alessandro Kramer, Léo Garcia, Luiz Meira, Luciano Bilú, Cássio Moura, Romy Martinez, Luiz Gustavo Zago, Tatiana Cobbett e Marcoliva, com quem vem tocando em vários estados do país, e trabalhando como produtor musical do novo CD.
Neste show, Calegari divide o palco com Leandro Fortes, Cristian Faig e Mauro Borghezan, parceiros de vários trabalhos.
veja a programação clique aqui
O QUê: Projeto "Sexta no Jardim", com Rafael Calegari Quarteto.
QUANDO: sexta-feira (4), às 18h.
ONDE: Jardins do Palácio Cruz e Sousa (em caso de chuva a apresentação será transferida para o interior do Museu Histórico de Santa Catarina), Praça 15 de Novembro, Centro, Florianópolis, fone: (48) 3028-8091.
QUANTO: gratuito.
Com apresentações teatrais e musicais, contação de histórias, exibição de filmes e abertura de uma exposição retrospectiva com fotos, máquinas e objetos antigos, a Fundação Catarinense de Cultura (FCC) promove entre os dias 25 e 30 de maio uma programação comemorativa aos 155 anos da Biblioteca Pública de Santa Catarina. Haverá ainda, às 9 horas do dia 26 de maio, o lançamento do selo do "Programa Biblioteca Pública da Santa Catarina - um modelo de gestão" (veja programação completa anexo).
"Sabemos da importância da Biblioteca Pública para a população catarinense, promovendo o acesso amplo e democrático aos mais variados estilos literários e também abrigando importante parcela da memória bibliográfica do Estado. Por isso, investir na sua reestruturação é fundamental", afirma a presidente da FCC, Anita Pires.
Fruto de parceria entre a FCC e a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), o "Programa Biblioteca Pública da Santa Catarina - um modelo de gestão" já está em funcionamento, tendo sido oficialmente lançado em abril. Prevê, entre outras iniciativas que serão desenvolvidas ao longo dos próximos meses, a conservação e restauração do acervo, capacitação de pessoal, disponibilização do acervo na internet, e formação de contadores de histórias.
A idéia de montar um programa para a Biblioteca Pública de Santa Catarina surgiu em 2008, quando a Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Comunidade da Udesc, atendendo solicitação de parceria da Fundação Catarinense de Cultura, formou uma comissão para avaliar o quadro atual da biblioteca e recomendou melhorias na sua estrutura organizacional e técnica. Depois de estudos, a comissão elaborou um diagnóstico da instituição com dados estatísticos e informações sobre serviços, pessoal, infraestrutura e necessidades específicas.
Com base nesse diagnóstico, o Laboratório de Ensino e Pesquisa em Biblioteconomia e Ciência da Informação do Departamento de Biblioteconomia e Gestão da Informação da Udesc, com apoio da Coordenadoria de Cultura da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Comunidade, desenvolveu o programa "Biblioteca Pública de Santa Catarina: Um Modelo de Gestão", com caráter interinstitucional e multidisciplinar, podendo incorporar projetos específicos dos centros de ensino e da Biblioteca Universitária da Udesc.
Saiba mais: A Biblioteca Pública de Santa Catarina foi criada em 31 de maio de 1854, quando o então presidente da província João José Coutinho sancionou a Lei nº 373, que determinava sua criação. Considerada uma das mais antigas do Brasil, está instalada no prédio atual desde 1979, e tem como missão manter, conservar e desenvolver a memória cultural do Estado e promover a divulgação da cultura em geral, incentivando o hábito da leitura.
Atualmente a Biblioteca conta com um acervo de mais de 115.000 volumes de todas as áreas do conhecimento e formas de produção literária, além de coleção de periódicos, audiovisuais, microfilmes e outros materiais informativos, abrigando a memória bibliográfica e documentária de Santa Catarina. Localizada no Centro de Florianópolis, é freqüentada por aproximadamente 30 mil usuários ao mês.
Caracterizada pela força da indústria e pela colonização germânica, Joinville, a maior cidade de Santa Catarina, é a "Cidade das Flores", das Bicicletas e dos Princípes. E em julho também é a Cidade da Dança. Durante 11 dias - de 16 a 26 de julho - sediará o Festival de Dança de Joinville, o maior do mundo, segundo o Guiness Book. Com apoio do Governo do Estado através do Funcultural, o festival recebe bailarinos de todo o Brasil e de diversos países da América Latina, e respira dança. São cerca de 4,5 mil bailarinos, em uma média de 170 horas de espetáculos assistidos por aproximadamente 200 mil pessoas.
é uma verdadeira maratona de apresentações e atividades didáticas realizadas no complexo do Centreventos Cau Hansen (onde também fica a sede da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil - ETBB, a única fora da Rússia) e, gratuitamente, em Palcos Abertos nas praças, shoppings, empresas e bairros da cidade.
Na programação oficial, as tradicionais Noite de Abertura e de Gala, que trazem grandes expoentes da dança no Brasil e no mundo, a Mostra Competitiva, Mostra de Dança Contemporânea, Meia Ponta (dedicado aos pequenos alunos/bailarinos de 10 a 12 anos), apresentações em Palcos Abertos, Seminários de Dança, Encontro das Ruas (com a cultura Hip Hop) e a Feira da Sapatilha, a maior do setor no Brasil.
Ballet do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e
solistas do Teatro Bolshoi de Moscou ao alcance de todos
Um dos mais tradicionais do Brasil, o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro abre, na noite de 16 de julho de 2008, o 26º Festival de Dança de Joinville, no Centreventos Cau Hansen. A companhia apresentará o balé O Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky, na versão coreográfica de Yelena Panokova. Cecília Kerche, uma das maiores intérpretes do Lago dos Cisnes, e Vitor Luiz , considerado umas das grandes revelações do balé nos últimos anos, entram em cena como os principais solistas, seguidos por mais cerca de 70 bailarinos.
A apresentação da Grande Suíte do Balé "Don Quixote", com os primeiros solistas no Teatro Bolshoi de Moscou, Natalia Osipova e Ivan Vasiliev e cerca de 100 alunos da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil marcam a Noite de Gala do 26º Festival de Dança de Joinville, um dos momentos mais esperados pelo público. No elenco estarão os formandos do ano de 2007, professores, ex-alunos que atuam em companhias do exterior e os bailarinos da Cia. Jovem ETBB.
Vanguarda na Mostra de Dança Contemporânea
Um dos destaques do Festival de Dança de Joinville, a Mostra de Dança Contemporânea, de 17 a 20 de julho, traz espetáculos de vanguarda, com linguagens diferenciadas e tem a proposta de valorizar novas e surpreendentes referências conceituais de espetáculos, com companhias profissionais. Em 2008, sobem ao palco as companhias Luis Arrieta (SP), Riscas Cia. de Dança (Ribeirão Preto-RJ), Cia. Borelli (SP), Ney Moraes Grupo de Dança (Caxias do Sul-RS) e Grupo Gaia Dança Contemporânea (Porto Alegre-RS).
Este ano a Mostra de Dança Contemporânea inova, extrapolando o espaço tradicional, o Teatro Juarez Machado, e chegando a casas noturnas da cidade. Participam desta mostra bailarinos e companhias profissionais.
Já a Mostra Competitiva reúne cerca de 130 inscritos de todo o Brasil e exterior e será realizada diariamente de 17 a 25 de julho (com exceção do dia 20, quando há a Noite de Gala), sempre a partir das 19 horas, apresentando ampla diversidade artística em sete gêneros: balé clássico, clássico de repertório, dança contemporânea, danças populares, jazz, sapateado e dança de rua.
No "Meia Ponta" os bailarinos mirins encantam o público, apresentando-se sempre às tardes, de 20 a 23 de julho, no Teatro Juarez Machado. Voltado para estudantes de 10 a 12 anos, o Meia Ponta tem o objetivo de incentivar uma paixão que surge na infância e reconhecer talentos precoces.
Um dos momentos mais esperados pelo público é o Encontro das Ruas, um evento voltado à cultura Hip Hop, que chega a 3ª edição ganhando mais abrangência. Além das já esperadas batalhas de B-boys, este ano o Encontro inova com duelos de Poping, Locking e Free Style. A programação didática também será enriquecida, com a realização de uma mesa-redonda sobre Grafite nas Artes e na Publicidade, oficina de DJs e workshops com os diversos tipos de dança.
Uma das marcas do Festival de Dança de Joinville, os Palcos Abertos proporcionam apresentações gratuitas e de qualidade, em horários diversificados, por toda a cidade. Nas praças, nos bairros, nos shoppings ou empresas, grupos selecionados pelo Conselho Artístico do festival mostram seu talento a uma platéia eclética, formada pela comunidade local, turistas e participantes do festival.
Enquanto a dança rola nos palcos, outra atração paralela atrai bailarinos, turistas e a comunidade de Joinville. é a Feira da Sapatilha, que completa o evento com lazer e boas opções de compras. O evento é um sucesso comercial que reúne os maiores fabricantes de artigos e acessórios para dança no Expocentro Edmundo Doubrawa, anexo ao Centreventos Cau Hansen.
Além de tudo isso, o Festival de Dança de Joinville ainda conta com uma diversidade de cursos e oficinas com professores especializados, de referência no Brasil e exterior. Mais informações no site www.festivaldedanca.com.br.
Dicas de turismo
Do campo aos museus e à praia: tudo fica pertinho
Aquecendo o inverno joinvilense, as famosas confeitarias e cafés estão por toda a cidade, oferecendo o melhor da culinária alemã, como o famoso apfelstrudel (torta de maçã), além de restaurantes típicos com seus pratos tradicionais, como eisbein e marreco recheado, além de frutos do mar. Tudo regado sempre a um bom chope.
A vida noturna de Joinville ganha destaque durante o festival com a realização de festas temáticas nos bares e boates, que permanecem lotados durante todo o evento. A cidade ainda conta com um amplo roteiro de museus, e é sede da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil (ETBB), única filial fora da Rússia da tradicional escola de Moscou.
Localizada estrategicamente entre a serra que leva à Curitiba (130 km) e o estonteante litoral de Florianópolis (165 km), Joinville está cercada por municípios que contam com opções de passeios, como São Francisco do Sul, um dos primeiros povoamentos brasileiros, com bucólica arquitetura colonial e belas praias. Os turistas têm ainda a opção de navegar, com o barco Príncipe de Joinville, pela baía da Babitonga.
Quem curte o meio campestre, pode aproveitar o passeio pela Estrada Bonita, um recanto de turismo rural a 23 km do centro de Joinville, onde pequenas propriedades vendem produtos de fabricação caseira. Estes pequenos passeios podem ser agendados nos próprios hotéis e agências de viagem da cidade, saindo pela manhã e voltando no fim da tarde, ainda a tempo de assistir mais uma noite do Festival de Dança.
Serviço:
O que: 26º Festival de Dança de Joinville
Onde: Joinville (SC)
Quando: de 16 a 26 de julho
Ingressos à venda a partir 1º de julho pelo site do festival ou diretamente na bilheteria do Centreventos Cau Hansen - Joinville (SC)
Informações: (47) 3023-1010 (Instituto Festival de Dança de Joinville)
Saiba mais: www.festivaldedanca.com.br
Principais atrações:
Noites especiais de Abertura, de Gala e dos Campeões
Mostra de Dança Contemporânea
Mostra Competitiva - balé clássico, clássico de repertório, dança contemporânea, danças populares, jazz, sapateado e dança de rua
Meia Ponta - apresentações infantis
Feira da Sapatilha
Palcos Abertos - apresentações gratuitas em centros comerciais, praças, fábricas e na Feira da Sapatilha
Cursos e oficinas
Seminários de Dança
Encontro das Ruas
Como chegar:
De avião - a cidade conta com um aeroporto, atendido regularmente por companhias aéreas nacionais
De carro - pela BR-101, vindo da direção de Curitiba ou de Florianópolis
De ônibus - a partir das principais capitais, a maioria das companhias de ônibus têm passagens para Joinville
Informações turísticas:
Promotur (Fundação de Promoção e Planejamento Turístico de Joinville) - www.promotur.com.br - (47) 3453-2663 - Central de Atendimento ao Turista: 0800-6435015
Santur (Secretaria de Estado da Cultura, Turismo e Esporte) - www.santur.sc.gov.br - (48) 3212-6300
Centreventos Cau Hansen - www.conurb.com.br - (47) 3025-2729
Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a Mídia
Maria Cristina Dias
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(47) 3423-1010 / 8401-2521 - 9658-6514
Em uma disputada audiência pública realizada na tarde de quinta-feira, dia 21 de maio, no Plenarinho da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), foram debatidas as propostas de mudanças na Lei Federal de Incentivo à Cultura, conhecida como Lei Rouanet. O encontro, uma iniciativa da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Alesc, definiu como principal encaminhamento a criação de uma Frente Parlamentar em Defesa da Cultura. O secretário Nacional de Cultura, Roberto Nascimento, participou do eventop, que também teve a participação da presidente da Fundação Catarinense de Cultura, Anita Pires, e do presidente do Conselho Estadual de Cultura, Péricles Prade, entre outras autoridades.
Implantada há 18 anos, a lei movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano na cultura e é o principal mecanismo de patrocínio cultural em vigor no país. Por meio dela, as empresas podem aplicar parte do dinheiro do imposto devido em projetos diversos. O modelo viabiliza boa parte do que se produz em teatro, música, dança e outras manifestações e, ao mesmo tempo, é criticado por uma série de distorções que foram se sedimentando.
Num monitoramento cultural realizado pelo Ministério da Cultura (MinC) e apresentado por Roberto Nascimento, ficou constatado que 92% dos brasileiros nunca freqüentaram um museu, apenas 14% vão ao cinema, 93% nunca visitaram uma exposição, 78% nunca assistiram um espetáculo de dança e 90% dos municípios da União não têm cinema, museu ou um espaço multiuso. Também foi levantado que o orçamento do MinC dobrou em cinco anos, mas os valores de renúncia fiscal quase triplicaram. Do total de recursos, 20% são provenientes do orçamento federal e 80% de renúncia fiscal.
Segundo o secretário, as maiores distorções em relação à Lei Rouanet dizem respeito ao desequilíbrio na parceria público privada e na distribuição de recursos. No primeiro caso, o governo precisa colocar R$ 900 milhões em renúncia para receber R$ 100 milhões em investimento privado. Já no segundo caso a região Sudeste movimenta 79% do total de investimentos em cultura, enquanto o Sul fica com 11%, Nordeste 6%, Centro Oeste 3% e Norte 1%. Destes 11% destinados à região Sul, 59% são direcionados para o Rio Grande do Sul, 25% para o Paraná e 16% ficam em Santa Catarina, o que representa 1,67% do total nacional.
Para tentar sanar estas distorções, Nascimento apresentou as propostas do MinC, colhidas depois de "um amplo debate, público e aberto". Segundo ele, hoje não há avaliação subjetiva dos projetos beneficiados com isenção fiscal, são levados em consideração aspectos técnicos, como orçamento e prazo. Já a nova lei prevê que comissões formadas por governo e sociedade avaliarão também o mérito artístico da obra. A Lei Rouanet prevê hoje duas faixas de isenção fiscal fixas. Na nova lei, serão seis faixas de isenção e o enquadramento em cada uma delas será decidido por comissões paritárias, formadas por governo e sociedade. O novo projeto também prevê a criação de um sistema de pontuação. Itens variados, que devem passar por questões de acessibilidade e de diversidade regional, serão considerados com maior ênfase. "Quanto menor o índice de abatimento, mais dinheiro a empresa deve tirar do próprio bolso".
Foto: Carlos Kilian / Alesc