12/11/2008 - A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) está promovendo uma série de oficinas de capacitação para os interessados em participar do Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura, promovido pelo Governo do Estado. Na segunda-feira (17), às 14 horas, será realizado um encontro em Florianópolis, no cinema do Centro Integrado de Cultura (CIC). Na terça-feira (18), às 19h30, a oficina será em Jaraguá do Sul, no Teatro do Sesc. Já foram realizados encontros em Dionísio Cerqueira, Chapecó, Concórdia e Lages. Todas as oficinas são gratuitas e abertas ao público, bastando comparecer ao local para participar. Elas serão ministradas pelo presidente da Comissão de Acompanhamento do Edital, Leone Silva.
Criado pelo Governo do Estado com o objetivo de estimular a produção, circulação, pesquisa, formação, preservação e difusão cultural no Estado, o Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura busca contribuir para o desenvolvimento das Artes Populares, Artes Visuais, Letras, Música, Dança, Patrimônio Cultura e Teatro. Apoiado pela Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e Conselho Estadual de Cultura (CEC), o edital contempla um investimento total de R$ 6,8 milhões. As inscrições, gratuitas, estarão abertas entre 26 de outubro e 12 de dezembro de 2008.
Tendo como objetivo principal apoiar iniciativas culturais e artísticas do Estado, sobretudo quando revestidas de interesse social, o edital busca a ampliação das oportunidades de criação, distribuição e fruição dos bens culturais. Visa ainda à construção permanente de uma cidadania com possibilidades de incorporar a memória e a diversidade da sociedade catarinense, estendendo o acesso à cultura às mais diversas comunidades.
O Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura contempla sete grandes áreas: Artes Populares, Artes Visuais, Projetos e Obras, Letras, Música, Patrimônio Cultural e Teatro. A área de Artes Populares é subdividido nos segmentos Folclore, Artesanato e Arte Circense. Artes Visuais contemplará Projetos e Obras, e Bolsas de Execução. No segmento Dança, recursos para Produção e/ou Circulação. Na área de Letras, subdivisão nos segmentos Publicações e Escritor na Escola. Para Música, recursos para gravação de CDs e DVDs. Na área de Patrimônio Cultural, investimento nos segmentos Material e Imaterial, Museus e Acervos. Em Teatro, prêmios para circulação, montagem e pesquisa. Os requisitos e as explicações de cada uma das áreas, bem como suas competências exclusivas, estão no Edital.
Como forma de democratizar o processo de elaboração das diretrizes norteadoras de uma política cultural capaz de atender aos anseios e reais necessidades da comunidade, a Fundação Catarinense de Cultura e o Conselho Estadual de Cultura conclamaram artistas, produtores, entidades e outros profissionais do setor cultural para avaliar, durante o mês de agosto de 2008, a redação final do Regulamento do Edital do Prêmio "Elisabete Anderle". As sugestões foram analisadas pela Comissão de Organização e Acompanhamento dos Editais.
Mais informações: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. / (48) 3953-2347
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A nova lei de incentivo à cultura viveu, na semana passada, seu primeiro teste na frente de batalha. Cerca de 200 atores, dramaturgos, diretores e produtores de teatro ocuparam, na manhã de sexta-feira (27), a sede da Fundação Nacional de Arte (Funarte), em São Paulo, protestando contra a política cultural do governo. Segundo Pedro Pires, diretor de teatro e membro da Companhia do Feijão, os manifestantes integram o chamado Movimento 27 de Março, e promoveram a ocupação para firmar sua posição contrária à renúncia fiscal - querem a supressão pura e simples desse mecanismo no Projeto de Lei que pretende substituir a Lei Rouanet, apresentado pelo governo na semana passada. Também preconizam a destinação de 2% do orçamento da União para a área cultural.
Depois de alguma agitação, com a presença da Polícia Militar, os manifestantes resolveram sair e reiniciar o diálogo com o Ministério da Cultura e a Funarte. "Achamos que o capítulo 2 do Projeto de Lei, que trata do Fundo Nacional de Cultura, pode significar um avanço. A gente está aqui porque gostaria de negociar com o MinC o artigo segundo", considerou Pedro Pires.
Há uma outra mobilização em curso movida pelo pessoal do teatro, desta feita nacional, pedindo reformulação no Projeto de Lei. Trata-se do Movimento Redemoinho, que une grupos teatrais de 14 Estados do País e que divulgou na semana passada a Carta de Salvador. O documento critica o plano de reformulação da lei. Segundo a carta, a proposta sustenta-se sobre as mesmas bases da lei anterior: o Fundo Nacional de Cultura e a renúncia fiscal. "A novidade aparente é a tentativa de articular essas instâncias num sistema capaz de controlar aquilo que surge como excesso nas captações e destinações. O que permanece intocado, entretanto, é o fundamento da lei - que não é apenas um excesso, mas uma aberração: a gestão privada de recursos públicos."
Na sexta à noite, o staff do Ministério da Cultura se reuniu com cineastas, produtores e distribuidores de cinema na Cinemateca Brasileira, também em São Paulo. No intervalo das discussões, o ministro Juca Ferreira falou ao Estado sobre o incidente com grupos de teatro e as reivindicações da classe.
"é teatro. é natural dos que operam nesse setor se manifestarem através da linguagem que conhecem. Não se invade espaço aberto, nem se confronta com uma pessoa tão redonda quanto o Sérgio Mamberti. A tentativa de criar arestas não existe. E o que o setor levantou é acabar com a renúncia fiscal e mais recursos para a cultura. São as grandes demandas da invasão. Eu fico com medo até que pensem que a gente tem alguma coisa com essa invasão, tal é a semelhança que a demanda deles tem com a proposta nossa", disse o ministro.
Juca Ferreira diz que é contrário à extinção pura e simples da renúncia fiscal. Considera que não é impossível fazer isso, mas não seria positivo. "O nosso projeto tira a prioridade do financiamento da cultura da dependência em relação à renúncia e fortalece o fundo não só orçamentariamente, mas na capacidade de operar esse fomento. Ele passa a ser o principal mecanismo", disse. "Mas a renúncia, como mecanismo secundário, junto com outros, que nós estamos criando, adquire a sua feição adequada. é importantíssimo que a gente atraia a área privada para o financiamento e o fomento, que realize de fato uma parceria público-privada. A responsabilidade social é um discurso importante. Mas no modelo atual não foi possível realizar isso."
Segundo o ministro, em 18 anos de Lei Rouanet, só 10% dos investimentos vieram da contribuição privada. "90% foi o velho e bom dinheiro público", afirmou. O ministro já se encontrou também com lideranças dos partidos no Congresso nacional, e diz que "o nível de desconfiança é pequeno", especialmente porque as mudanças foram amplamente debatidas nos últimos seis anos.
"Acho que a grande vantagem da demora foi ter conquistado um certo espaço de credibilidade e de elucidação de algumas confusões que havia alguns anos atrás a respeito das nossas intenções nessa modernização. Acho que o setor todo amadureceu, a crise está chamando para a realidade. O modelo atual hoje tem uma fragilidade imensa, empresas recuando, até as estatais estão ausentes, não estão buscando dar uma contribuição para a área - por motivos que eu considero subjetivos."
Para o governo, o maior debate vai se travar agora, em torno das regulações da legislação - especialmente a discussão dos critérios pelos quais um projeto pode ser aprovado ou rejeitado. Pelo nova lei, serão criados comitês gestores setoriais, com participação igual da sociedade civil e do governo, para gerir os 5 fundos que serão criados: Fundo Setorial das Artes (que abrange teatro, circo, dança, artes visuais e música), Fundo Setorial da Memória e Patrimônio Cultural Brasileiro, Fundo Setorial da Cidadania, Identidade e Diversidade, Fundo Setorial do Livro e da Leitura e Fundo Global de Equalização.
"Há uma necessidade de pactuar publicamente os critérios para os comitês avaliarem os projetos. Isso acho que complementa o processo de transparência, explicita a ideia do controle social e da participação dos setores na formulação e na execução dessas políticas", afirmou Ferreira. O secretário executivo do Ministério, Alfredo Manevy, afirmou que outras demandas dos setores artísticos deverão ser levadas em conta. Ele considerou justa a reivindicação do grupo Literatura Urgente, que pede que o Fundo do Livro e da Leitura não beneficie somente o setor editorial e livreiro, mas também alcance o autor e a literatura.
Empresários e institutos também se mobilizam para marcar suas posições na legislação. Hoje, às 10 horas, investidores sociais privados irão ao gabinete do ministro da Cultura, em Brasília, para entregar um documento em que sugerem suas mudanças na legislação. Os investidores integram o Gife (Grupo de Institutos de Fundações e Empresas), a Confederação Nacional da Indústria e o Sesi. Segundo disse Fernando Rosseti, secretário-geral do Gife, a ideia é dar uma contribuição para a "análise mais técnica" necessária ao debate. O documento teve a participação de 70 pessoas ligadas a esses institutos e empresas.
O Projeto de Lei de incentivo à cultura está disponível no endereço http://blogs.cultura.gov.br/blogdarouanet/
LOTERIAS
Pelo texto da nova Lei Rouanet, a receita do incentivo virá do Orçamento da União, mas também das seguinte fontes: 3% das loterias federais, 100% da arrecadação de uma nova Loteria da Cultura, 1% dos Fundos de Investimentos Regionais (lei 8.167/91), devolução do dinheiro de projetos inacabados, entre outras. J.M.
Revelar cenas e personagens marcados por religiosidade é o objetivo da obra do artista plástico Frei Ricardo Régis, natural de Juazeiro do Norte. A exposição "Laços de Fé" reúne, pela primeira vez no Estado, 20 fotografias, todas coloridas, e variadas instalações de autoria do padre, no Museu Histórico de Santa Catarina, em mostra promovida pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC). A exibição começa na quinta-feira, dia 07 de agosto, e permanece aberta à visitação até 07 de setembro.
Padre Frei Ricardo Régis já participou de várias mostras em todo o Brasil e recebeu prêmios no VI Salão de Artes Visuais de Guarulhos, na VI Mostra de Arte e Cultura da Unimed de Ponta Grossa e no Salão de Artes Visuais da cidade de Natal. Criador e organizador da MACC, Mostra de Arte e Cultura dos Capuchinhos, em Fortaleza, seu trabalho fotográfico pode ser dividido em duas vertentes: a paisagem, como um todo, que contempla os movimentos e a cena do cotidiano, repleta de momentos especiais em sua exclusividade; e o perfil, compilação de registros do semblante de pessoas e personagens, com a priorização do desvelamento de traços e marcas próprias dos indivíduos desta cena.
Exemplo do primeiro enfoque, "Laços de Fé" assinala a recriação do movimento, reconstruindo momentos, signos e objetos da fé. Aqui, a autoria do jovem padre cearense revela-se na expressão do sofrimento, da alegria, do cansaço, do trabalho e, sobretudo, da esperança de um povo que percorre quilômetros para pagar suas promessas e pedir alguma graça para os dias vindouros. Celebra, em última instância, desejos individuais capazes de nortear situações de fé: saúde, paz, alegria, chuva, colheitas produtivas.
O cenário, sugestivo, situa o espectador diante da estátua de padre Cícero, na cidade de Juazeiro do Norte, no estado do Ceará. Está lá o celeiro perseguido pelo artista para resgatar as cenas de romeiros provenientes de diversas regiões, especialmente do nordeste brasileiro, seja de ônibus, pau-de-arara, carroça, bicicleta e até mesmo a pé. Seguindo esta trilha, "Laços de Fé" objetiva apontar detalhes da cultura da fé, desdobramento típico da identidade brasileira, compartilhando suas idiossincrasias: a aventura pelos caminhos do sagrado, as descobertas do corpo e da alma, os desejos individuais mais profundos, as cerimônias capazes de consolar e aninhar as inquietações do homem. Segundo o padre, para a compreensão do imaginário popular do homem brasileiro, sujeito aos caprichos de uma realidade "excessiva", "é necessário perceber a importância dos rituais, principalmente os religiosos".
SERVIçO:
O QUê: Abertura da exposição "Laços de Fé", de Padre Frei Ricardo Régis.
QUANDO: Quinta-feira, 07 de agosto. Visitação: 07 de agosto a 07 de setembro. De terça à sexta, das 10 às 18 horas. Sábados, domingos e feriados: das 10 às 16 horas.
ONDE: Museu Histórico de Santa Catarina. Palácio Cruz e Souza. Praça 15 de Novembro, 227 - Centro.
Fone: (48) 3028-8090
QUANTO: Gratuito.
A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) promove no Museu Histórico de Santa Catarina - Palácio Cruz e Sousa, no Centro de Florianópolis, a exposição Maria Celeste - 90 Anos. Com curadoria do crítico de arte João Otávio Neves Filho, o Janga, a mostra faz uma retrospectiva da obra da catarinense Maria Celeste Neves, que já acumula dezenas de exposições individuais e coletivas no currículo, e tem obras no Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil, no Rio de Janeiro.
Segundo Janga, "durante muito tempo Maria Celeste Neves - a Maria dos Paninhos, como carinhosamente a tratava Vechietti - guardou consigo o tesouro de suas preciosas memórias. Já madura, num amoroso gesto de doação, decidiu transformar através da arte estas memórias em algo ainda mais precioso. O resultado desta decisão está em parte registrado nesta retrospectiva que comemora 90 anos de vida sabiamente vividos."
O curador lembra que boa parte da obra de Maria Celeste espalhou-se pelo Brasil e pelo mundo, disputada por colecionadores sensíveis. A retrospectiva, inclusive, não abrange toda a sua vasta obra, mas apenas peças que integram o acervo particular da artista. "Seus trabalhos, originais e únicos, são mini-tapeçarias constituídas pela sobreposição de retalhos recortados de tecidos com as mais variadas cores e texturas, costurados de forma a criar planos que definem uma espacialidade bastante peculiar. Sobre estes panos de fundo, uma feérica e exuberante movimentação é criada através dos bordados, rendas e apliques de variados tipos e procedências", analisa Janga.
A paixão da autora por tudo o que se refere ao doméstico mundo das costuras e bordados, geralmente executados por mulheres, fez com que Maria Celeste elegesse como forma de expressão não as tradicionais telas e tintas, mas sim o tecido bordado utilizado como meio e suporte da obra. "Sua originalidade começa por aí, e sua genialidade revela-se ao reverter o quadro do menosprezo patriarcal pelas artes pertencentes ao universo feminino, preconceituosamente consideradas menores. Ao fazer do bordado uma arte com "A" maiúsculo, coloca este meio de expressão no mesmo patamar das demais linguagens das artes ditas maiores. Mantendo, aos noventa anos, a plenitude de sua capacidade criadora, presenteia-nos com a dádiva de podermos compartilhar deste seu universo interior, pautado pela sensibilidade, poesia e beleza", diz o crítico de arte.
Janga explica que os trabalhos de Maria Celeste inspiram-se nas cenas do cotidiano ilhéu, com suas labutas, suas festas, suas crenças e mitos. "São pequenas obras-primas, que em sua singeleza desafiam o aparato grandiloqüente de uma sociedade cada vez mais massificada e tecnocrata. Em seu processo de criação, os tecidos recortados criam formas às quais sobrepõe-se as figuras sempre bordadas com linha negra, outros detalhes são bordados em cores numa escala harmônica, esses signos e símbolos com seu grafismo peculiar, dinamizam os panos de fundo onde se inserem. Em alguns trabalhos, a utilização de colagens de rendas, véus e filós criam efeitos tridimensionais que projetam-se para fora da superfície", afirma Janga.
Para o curador, a inesgotável capacidade criadora de Maria Celeste, sua sensibilidade sui generis para com as linhas e tecidos, assim como sua intuitiva sabedoria plástica, fazem dela um dos fenômenos mais interessantes e originais da nossa visualidade. "Sua mítica Lilliput tropical, povoada de seres ternos e alegres, que em sua coreografia cotidiana celebram as mais essenciais forças vitais, nos mostra um mundo onde tudo é luz, amor, fraternidade. São obras que nos acenam com a possibilidade de sermos um pouco menos sombrios, menos mesquinhos, mais humanos, fraternos e felizes", completa
Exposição Maria Celeste - 90 Anos
Curadoria: João Otávio Neves Filho (Janga)
Abertura: 09 de julho de 2009, às 19h
Visitação: 10 de julho a 02 de agosto de 2009, de terça a sexta, das 10h às 18h, aos sábados e domingos, das 10h às 16h.
Onde: Museu Histórico de Santa Catarina - Palácio Cruz e Sousa, Praça 15 de Novembro, 227, Centro, Florianópolis, SC.
Contatos: (48) 3028-8091 / 3028-8092 / Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. / www.mhsc.sc.gov.br
Promoção: Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Museu Histórico de Santa Catarina e Museu de Arte de Santa Catarina (Masc)
Visitação: gratuita
Fotos: Márcio H. Martins / FCC
Qual a contribuição das mulheres nas artes cênicas? Existe uma ótica feminina na produção teatral? Estas e outras questões vão ser abordadas durante o Vértice Brasil, encontro e festival de teatro feito por mulheres, que acontecerá em Florianópolis, de 14 a 19 de julho. A iniciativa é inédita no Brasil e é vinculada ao Projeto Magdalena, rede internacional de mulheres de teatro, que há mais de vinte anos promove encontros e cria oportunidades de colaboração artística em vários países.
O evento inclui mostra de espetáculos teatrais, encontros para troca de experiências, oficinas e exposição de fotos de mulheres em cena. Uma das propostas do Vértice Brasil é capacitar as mulheres a desenvolver novas abordagens na produção teatral que reflitam suas próprias experiências. Também faz parte dos objetivos do Vértice, assim como da Rede Magdalena, promover reflexões sobre o papel da mulher no futuro do teatro e questionar as estruturas existentes. "Queremos articular uma rede de mulheres que estão pensando estas questões no país, buscando dar visibilidade à produção teatral feita por mulheres", explica Marisa Naspolini, coordenadora do Vértice Brasil.
As palestras e espetáculos são gratuitos e abertos ao público. Já as oficinas, fechadas aos participantes, serão ministradas por quatro renomadas profissionais, duas delas internacionais: Julia Varley (Odin Teatret, Dinamarca), Jill Greenhalgh (Cardiff Laboratory, País de Gales), ambas do Projeto Magdalena -, Leo Sykes (Udi Grudi, Brasília-DF) e Ana Cristina Colla (LUME, Campinas-SP).
A idéia de promover o evento começou a tomar forma em 2004, quando começaram as reuniões das organizadoras Barbara Biscaro, Cleide de Oliveira, Gláucia Grígolo, Marisa Naspolini, Monica Siedler e Nilce Silva. "Há quatro anos o grupo vem se reunindo e fomentando discussões e ações em torno do feminino na cena", diz Marisa. Sobre o nome Vértice, ela explica: "o nome resume a proposta do encontro: vértice é o ponto de convergência, um ponto em comum entre diferentes direções". Neste momento, o ponto de convergência é Florianópolis.
A abertura do Vértice Brasil acontece dia 14 de julho, às 20h, no Centro Integrado de Cultura, com exibição de um curta-metragem gravado especialmente para o festival, apresentação da banda Vinegar Tom, formada exclusivamente por mulheres, exposição com imagens de mulheres em cena, da fotógrafa Cleide de Oliveira, e coquetel para participantes e convidados.
O projeto é promovido pela áprika Cooperativa de Arte e conta com o apoio institucional do Centro de Artes da UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina), da Fundação Catarinense de Cultura e da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, além de apoio do Costão do Santinho e Mini Kalzone.
O Projeto Magdalena
O Projeto Magdalena (Magdalena Project) é uma rede internacional de mulheres de teatro contemporâneo, criada em 1986 pela atriz e diretora Jill Greenhalgh, no País de Gales, com o objetivo de debater a contribuição da mulher ao teatro e apoiar a experimentação e a pesquisa, assim como criar estruturas econômicas e artísticas para viabilizar o trabalho das mulheres.
A rede conta com estrutura em países como Noruega, Nova Zelândia, Bélgica, Austrália, Itália, Colômbia, Espanha, Alemanha, Argentina, País de Gales e Dinamarca.
SERVIçO
Evento: Vértice Brasil, encontro e festival de teatro
Data: 14 a 19 de julho
Locais: Centro de Artes da UDESC (espetáculos e oficinas) e CIC - Centro Integrado de Cultura (exposição e palestras), em Florianópolis.
Entradas: gratuitas para espetáculos, exposição e palestras. As oficinas são destinadas apenas aos inscritos no Encontro.
Maiores informações: www.verticebrasil.net
Contato com a imprensa
Michelle Araújo, jornalista, assessora de imprensa do Vértice Brasil.
Celular: (48) 9144-0022. E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
ATRAçõES DO VéRTICE BRASIL
EXPOSIçãO "MULHERES EM CENA"
A exposição de imagens de produções teatrais catarinenses focadas no universo feminino, da fotógrafa Cleide de Oliveira, apresenta quatorze fotografias. As imagens com tamanho 60 x 90 cm, são impressas em tecido e apresentam intervenções de pinturas e texturas. O conceito do material utilizado está relacionado com a noção de rede e flexibilidade das formas e estruturas.
Data: de 14 a 19/07
Local: CIC
Horário de visitação: das 13h às 21h
Entrada: gratuita
OFICINAS (EXCLUSIVAS AOS PARTICIPANTES)
Terça-feira (15/07) a quinta-feira (17/07)
9:00 às 13:00 - A PRESENçA DA PERFORMER Feminina
Oficina com Jill Greenhalgh (País de Gales - Cardiff Theatre Laboratory)
9:00 às 13:00 - O eco do silêncio - dramaturgia vocal com Julia Varley (Inglaterra/ Dinamarca - Odin Teatret)
14:00 às 17:00 - Diretora-norteadora - com Leo Sykes (Inglaterra / Brasília, Brasil - Udigrudi)
14:00 às 17:00 - Corpo multifacetado - com Ana Cristina Colla (Campinas, Brasil - LUME)
Sexta-feira (18/07)
9:00 às 13:00 - Confissão e ação - com Marisa Naspolini (Fpolis, Brasil)
9:00 às 13:00 - Composição do movimento - com Monica Siedler (Fpolis, Brasil)
PALESTRAS
Data: de 15 a 18/07
Local: Sala da Academia Catarinense de Letras, no CIC.
Horário: 17h30
Entrada: gratuita
Programação
Terça-feira (15/07) - "Origem do Projeto Magdalena", com Jill Greenhalgh.
Quarta-feira (16/07) - "Maria Madalena: olhares sobre o mito", com Eliane Lisboa.
Quinta-feira (17/07) -"Mulheres de teatro: sobre mulheres invisíveis e espaços ginocêntricos", com Brígida Miranda
Sexta-feira (18/07) - "Mulheres-teatro-periferia: a experiência dos Transit Festivals", com Julia Varley.
ESPETáCULOS E DEMONSTRAçõES
Data: 15 a 19/07
Local: Centro de Artes da Udesc
Horário: ver grade de programação abaixo
Entrada: gratuita (é preciso retirar senha meia hora antes do espetáculo)
Programação
Terça-feira - 15/07
20h30 AS TRêS IRMãS - Traço Cia. de Teatro.
Com Débora Matos, Greice Miotello e Paula Bittencourt. Direção de Marianne Consentino.
Quarta-feira - 16/07
20h - SIMULACRO DE UMA SOLIDãO - áprika Cooperativa de Arte.
Com Marisa Naspolini, direção de Jefferson Bittencourt.
21h - THE DEAD BROTHER - Odin Teatret.
Com Julia Varley, direção de Eugenio Barba.
Quinta-feira - 17/07
20h - 1A (UMA) - Monica Siedler e Roberto Freitas.
Com Monica Siedler.
21h- MEDéIA - Téspis Cia. de Teatro.
Com Denise Luz, direção de Max Reinert.
Sexta-feira - 18/07
20h - SANTA - Formas Humanas Animadas.
Com Milena Moraes, direção de Gilbas Piva.
21h - ILLUD TEMPUS - Omamé Teatro
Com Marilena Bibas
Sábado - 19/07
20h - DE MALAS PRONTAS - Pé de Vento Teatro.
Com Vanderléia Will e Andréa Padilha, direção de Pepe Nuñez.
SINOPSES (em ordem alfabética)
AS TRêS IRMãS - Livre adaptação da obra de Anton Tchekhov, trabalhada a partir da linguagem do clown. O desejo das irmãs Olga, Maria e Irina é retornarem a Moscou, de onde saíram com o pai, general militar, há onze anos. O espetáculo confronta a todo o momento o plano da vida material com o da vida espiritual. Encenado pela Traço Cia. de Teatro, é fruto da pesquisa de mestrado da diretora Marianne Consentino em Prática Teatral pela ECA/USP.
DE MALAS PRONTAS - é uma comédia irreverente e sem fala, que conta a história de duas mulheres que se vêem obrigadas a compartilhar o mesmo banco no aeroporto... No desenrolar do espetáculo se percebe que compartilhar não é tão fácil assim e os conflitos se sucedem velozmente até a situação chegar a um ponto sem retorno. Só há uma saída: guerra! Com Andréa Padilha e Vanderléia Will e direção de Pepe Nuñez - Grupo Pé de Vento.
ILLUD TEMPUS - Illud Tempus significa tempo de agora e de sempre, em latim. é o tempo atemporal do contar, do sonhar, do inconsciente, de quando Deus era mulher... um conto de fadas contemporâneo. Como contadora de histórias, uma atriz (acompanhada em gravação por instrumentos acústicos e eletrônicos), tece um emaranhado com sonhos de mulheres, histórias Yanomami, textos míticos, contos de fadas, num compor e decompor de imagens, palavras e sons. Com Marilena Bibas, música e vídeo de Jocy de Oliveira - Grupo Omamé Teatro.
MEDéIA - Trata-se de uma versão da tragédia de Eurípedes. A tônica de Medéia é o amor transformado em ódio. A peça evolui de uma Medéia abatida pelo repúdio do marido, esposa traída que definha no leito, aparentemente conformada com a sorte, para uma mulher animada por um terrível desejo de vingança e extermínio, que não se detém diante do infanticídio para aniquilar completamente o marido. Com Denise da Luz e direção de Max Reinert - Téspis Cia. de Teatro.
SANTA - é uma comédia existencial e conta a história de uma mulher de trinta anos que perde a virgindade numa relação extra-terrestre. A personagem permite ao público entrar no arcabouço de seus segredos mais íntimos e, durante suas confissões, acaba por representar o universo feminino de maneira ousada, sensível e bem-humorada. Com Milena Moraes e direção de Gilbas Piva - Formas Humanas Animadas.
SIMULACRO DE UMA SOLIDãO - O espetáculo, elaborado a partir de escritos da poeta carioca Ana Cristina Cesar, trata de uma mulher que espera... Sozinha, num vagão de trem, com o jantar servido para dois, ela aguarda um telefonema, uma correspondência, alguém. Ficção e realidade se mesclam, dando origem a diversas situações inusitadas, que trazem à tona diferentes estados emocionais provocados pela solidão. Com Marisa Naspolini e direção de Jefferson Bittencourt - áprika Cooperativa de Arte.
THE DEAD BROTHER - é uma demonstração de trabalho sobre como as performances são criadas no Odin Teatret e descreve os estágios do trabalho, que começam a partir de um texto poético e se transformam em um "poema no espaço": a performance. A demonstração apresenta os diferentes estágios do processo no qual o texto, o ator e o diretor interagem. Com Julia Varley e direção de Eugenio Barba - Odin Teatret.
1A(UMA) - A obra fotográfica da artista plástica americana Cindy Sherman é o ponto de partida para a investigação poética de 1A (Uma). A atriz Monica Siedler, em parceria com o artista plástico Roberto Freitas, investiga na cena a multiplicação de personagens estereotipados, através de um jogo que oscila entre a presença "ao vivo" da atriz e sua imagem projetada em tela, explorando questões ligadas às múltiplas identidades femininas.