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Resultado Final - Edital Elisabete Anderle (PDF 106.87 KB)

11/09/2009 - Foram divulgados nesta sexta-feira (11), na sala de reuniões do Conselho Estadual de Cultura (CEC), no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis, os nomes dos projetos vencedores do Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura. Promovido pelo Governo do Estado de Santa Catarina, com apoio da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e CEC, o edital representa um investimento de R$ 6,8 milhões. A assinatura dos contratos deve acontecer em 3 de novembro. Antes, a FCC entrará em contato com os vencedores. O recurso será pago em parcela única, e o proponente terá até 12 meses para a realização do projeto.

"Este edital foi reconhecido como uma das melhores ideias do país para valorizar o trabalho dos produtores culturais. Todos os representantes do júri manifestaram-se nesse sentido e levaram esse modelo para seus estados a fim de materializá-lo", afirma o presidente do CEC, Péricles Prade. "Os avaliadores ressaltaram a quantidade de projetos. Tivemos um extrato muito bom do que o segmento cultural de Santa Catarina pode produzir em termo de arte e cultura", completa o presidente da Comissão de Organização e Acompanhamento do edital, Leone Silva.

As inscrições, gratuitas, ficaram abertas entre 26 de outubro e 13 de março de 2009. Nas últimas semanas, uma comissão julgadora formada por 21 membros (veja abaixo) trabalhou na seleção. Ao todo, foram recebidas 1.428 inscrições para as sete grandes áreas abarcadas no edital. A área com mais inscrições foi a de Música, com 267 inscritos, seguida de Artes Visuais (215), Teatro (165), Letras (164), Patrimônio Cultural (107), Dança (87) e Artes Populares (78). Após análise da documentação, 1.083 projetos foram habilitados a continuar concorrendo aos 229 prêmios inicialmente previstos.

No total, os membros do júri selecionaram 189 projetos, ou seja, optaram por não utilizar todas as premiações disponíveis. Segundo Leone, essa decisão foi baseada nas diretrizes gerais norteadoras da avaliação para seleção dos projetos, que incluíam relevância cultural e artística da iniciativa proposta, orçamento compatível com os fins objetivados e adequação às finalidades e condições do regulamento. Caberá ao CEC definir o que será feito com o dinheiro excedente.

Voltado à produção, circulação, pesquisa, formação, preservação e difusão cultural em Santa Catarina, o Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura contempla sete áreas culturais, que foram subdivididas em segmentos. A área de Artes Populares foi subdividida nos segmentos Folclore e Artesanato e Arte Circense. Artes Visuais contemplará Projetos e Obras e Bolsas de Execução. Na Dança, recursos para Produção e/ou Circulação. Na área de Letras, subdivisão nos segmentos Publicações e Escritor na Escola. Para Música, recursos para gravação de CDs e DVDs. Na área de Patrimônio Cultural, investimento nos segmentos Material e Imaterial, Museus e Acervos. Em Teatro, prêmios para Circulação, Montagem e Pesquisa.

Lista foi disponibilizada na entrada do CEC (foto: Márcio H. Martins / FCC)

Lu Renata e Lucila Horn estão entre as selecionadas (foto: Márcio H. Martins / FCC)

Júri do Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura

Comissão de Artes Populares

Ceili Borba Furtado

Possui graduação em Educação Artística pela Fundação Educacional da Região de Blumenau, graduação em Geografia e especialização em Metodologia do Ensino pela Faculdade de Educação (Fepevi). Especializada também em Turismo e Hotelaria pela Universidade do Vale do Itajaí. Tem experiência na área de Turismo, com ênfase em Lazer e atualmente coordena o curso de extensão "Mais e Melhor Idade" e o Núcleo de Lazer com Base Cultural da Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Reside em Balneário Camboriú.

Lucas David

Lucas David é coreógrafo, bailarino e pesquisador da arte como veículo de formação e valorização do ser humano. Cursou expressão corporal, ginástica rítmica, ballet moderno, dramatização e laboratório de teatro no Instituto Moderno de SP, ballet clássico com a professora Ruthe Artomoff e História da Dança na Escola Municipal de Bailado de SP, entre outros. Participou da montagem de espetáculo no Festival de Dança de Joinville - 2006. Reside em Penha /SC

Rejane Nóbrega

Graduação em Artes Plásticas pela Faculdade de Artes do Paraná e em Serviço Social pela Universidade Federal da Paraíba. Possui mestrado em Serviço Social pela PUC-SP. Trabalhou onze anos na Prefeitura de São Paulo, principalmente como produtora cultural na Secretaria Municipal de Cultura. Foi diretora municipal de cultura de Campo Largo, PR, e é assessora de cultura do mesmo município. é colaboradora do MinC junto à Secretaria da Identidade e Diversidade Cultural.

Reside em Curitiba/ PR.

Comissão de Música

Ilmar Carvalho

Escritor joinvilense, jornalista e crítico musical com mais de 50 anos de experiência. Vive no Rio de Janeiro há 40 anos e dedica-se à pesquisa da música popular, erudita e jazz. Já integrou Conselho Consultivo do carnaval da Cidade do Rio de Janeiro e o júri do primeiro grupo e do grupo especial das escolas de samba do Rio de Janeiro. Fez parte do júri em importantes festivais de música do país, entre eles o Festival Internacional da Canção (1967) e a Bienal do Samba de São Paulo (1968). Em 2006, publicou o livro "O bêbado azul do Desterro".

Maria Bernadete Castelan Póvoas

Pianista, possui mestrado e doutorado em Música com ênfase em Práticas Interpretativas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). é professora nos cursos de graduação e pós-graduação em Música do Departamento de Música do Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina - Udesc. Reside em Florianópolis/ SC.

Sebastião Tapajós - Música

Violonista e compositor paraense, é formado em música pelo Conservatório Nacional de Música de Lisboa e pelo Instituto de Cultura Hispânica. Na Alemanha, seu disco Guitarra Criolla recebeu o "Grande Prêmio - Disco do Ano" de 1982. Mora em Santarém e possui mais de 70 discos lançados.

Comissão de Dança

Marcelo Evelin

Bailarino, coreógrafo, diretor, pesquisador e professor de improvisação e composição. Iniciou seus estudos de teatro em 1979 no curso de Arte Dramática da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui sólida experiência profissional em direção e montagem teatral. Entre seus últimos trabalhos estão a criação e direção do Festival Contemporâneo de São Paulo (2008), curadoria do Festival Internacional de Dança de Recife (2008), gestão do Projeto Colaboratório junto com o Festival Panorama, subvencionado pela comunidade Europeia (2009-2010) e atualmente faz parte da comissão de Seleção do Projeto Rumos-Dança do Itaú Cultural (2009). Natural de Teresina/ PI.

Márcia Raquel Rolon

Mestranda em Estudos Fronteiriços pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Graduada em Educação Física pela mesma instituição. Iniciou suas atividades em ballet clássico em Corumbá, em 1975. Participou de festivais pelo Brasil, Bolívia, Paraguai e Itália. Em 2007, recebeu a "Medalha do Mérito Artístico" do Conselho Brasileiro da Dança, representante oficial no Brasil do "Conseil Internacional de la Danse" - Unesco. Reside em Corumbá/MS.

Marilene Melo

Graduada em Educação Física pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). Especialização na Universidade Gama Filho (RJ). é professora aposentada da Universidade do Estado do Pará e pelo Cefet. Atualmente preside a Associação Paraense de Dança, é membro do Conselho Municipal de Cultura e pesquisadora em dança contemporânea para pessoas com e sem deficiência. Reside em Belém/PA.

Comissão de Letras

Fábio Lucas

Nasceu em Esmeraldas, Minas Gerais. Professor-doutor, ensaísta, ficcionista e crítico literário. Lecionou em cinco universidades brasileiras, seis nos Estados Unidos e uma em Portugal. Faz parte da Academia Mineira de Letras e também da Academia Paulista de Letras. Foi diretor Nacional do Instituto do Livro e cinco vezes presidente da União Brasileira dos Escritores. Em 1970, foi agraciado com o Prêmio Jabuti na categoria ensaio. Em 2006, conquistou o prêmio da Fundação Conrado Wessel de literatura. Já publicou várias obras, entre as quais se destacam O Caráter Social da Literatura Brasileira e Razão e Emoção Literária. Reside em Minas Gerais.

Edla van Steen

Edla van Steen nasceu em Florianópolis e possui 27 livros publicados, entre contos, romances, entrevistas, peças de teatro, livros de arte e literatura infanto-juvenil. Em 1992, recebeu o Prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras, e o Prêmio Nacional Pen Club por "Madrugada". Atualmente, dirige oito coleções na Global Editora. Reside em São Paulo.

Ronald Augusto

Poeta gaúcho, músico, editor e crítico de poesia. Autor de Homem ao Rubro, Vá de Valha, Confissões Aplicadas e No Assoalho Duro, entre outros. Ganhou o troféu Vasco Prado, na 9ª Jornada Nacional de Literatura (2001) e a Medalha ao Mérito (pelo estudo e divulgação da obra de Cruz e Sousa), conferida pela Comissão Estadual para a celebração do Centenário de Morte de Cruz e Sousa (1998). Reside no Rio Grande do Sul.

Comissão de Teatro

Deborah Finocchiaro

Graduada em Interpretação Teatral na Faculdade de Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atuou em 35 peças teatrais, 16 filmes e dirigiu mais de 30 projetos, entre shows, videoclipes e espetáculos de dança e teatro. Em 2007, o especial Sobre Anjos & Grilos, que dirigiu e atuou, ganhou os seguintes prêmios: Melhor Espetáculo, Melhor Atriz e Melhor Texto Adaptado no 2º Festival Nacional de Teatro de Campos dos Goytacazes; Melhor Atriz e Júri Popular Melhor Espetáculo no 35º - Festival Nacional de Teatro de Ponta Grossa; Melhor Atriz no VII Festival de Teatro de Resende; Melhor Espetáculo e Melhor Atriz no Festival Nacional de Teatro de Florianópolis Isnard Azevedo. Reside em Porto Alegre/ RS.

Eliane Tejera Lisboa

Graduada em Comunicação - Habilitação Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia. Especialização em Maîtrise Information et Communication - Université de Nanterre Paris X, e doutorado em Teoria Literária pela Unicamp. Possui experiência em direção, assistência dramatúrgica, contação de histórias e tradução. Durante 13 anos, foi professora de Dramaturgia, Crítica Teatral, Estética, História e Teoria Teatral, no curso de Licenciatura em Artes Cênicas - Centro de Artes Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

Ney Luiz Piacentini

Mestrando em Artes Cênicas pela ECA-USP e formado em Artes Cênicas pela Faculdade Paulista de Artes. é presidente da Cooperativa Paulista de Teatro, representante paulista na Câmara Setorial de Teatro do MinC e foi vice-presidente do Conselho Municipal de Cultura de São Paulo. Tem experiência em atuação e produção para cinema, teatro e televisão. Entre os trabalhos mais recentes estão os longas Lula o Filho do Brasil, de Fábio Barreto, e Não Por Acaso, de Felipe Barcisnky, e as séries 9mm São Paulo, do canal Fox, e Descolados, do canal MTV. Reside em São Paulo/SP.

Comissão de Patrimônio Histórico

Helena David Castello Branco

Possui mestrado em Artes Visuais pela UFMG e doutorado em Conservação e Restauração do Patrimônio pela Universidade Politécnica de Valência e em Preservação de Artes Visuais pela Escola de Belas Artes - EBA. é especializada em Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis pela UFMG e em Restauração de Pintura, Escultura e Tecidos pelo Instituto de José de Figueiredo. Trabalha como pesquisadora, restauradora e conservadora desde 1985.

Lílian Mendonça

Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina, mestrado em Engenharia Civil e especialização em Gestão do Patrimônio Cultural Integrado ao Planejamento Urbano da América Latina - Cátedra UNESCO pela Universidade Federal de Pernambuco. Reside em Florianópolis/ SC.

Ulisses Munarim

Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (2004), tem experiência nas áreas de fotografia e arquitetura e urbanismo, com ênfase em patrimônio histórico. Atualmente é superintendente da 11ª Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional de Santa Catarina. Trabalha em Florianópolis/ SC.

Comissão de Artes Visuais

Elvira Vernaschi

é historiadora, crítica de arte e curadora. Doutora em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Atua como presidente da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) e é membro da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA). Entre suas publicações estão Quatro Décadas de Arte e O Ensino das Artes nas Universidades e Antônio Gomide. Reside em São Paulo.

Fábio Luiz Magalhães

Museólogo paulista, crítico de arte, pintor e desenhista. Ao longo de sua carreira, foi diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo, membro da Comissão de Arte do Museu de Arte Moderna de São Paulo e conservador chefe do Museu de Arte de São Paulo. Atualmente, é responsável pelo projeto do Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba. Reside em São Paulo.

Luiz Guilherme Vergara

Ex-diretor geral do Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Possui doutorado em Arte Educação pela Universidade de Nova Iorque. Atualmente é coordenador do curso de graduação em Produção Cultural da Universidade Federal Fluminense / RJ e professor de pós-graduação em Arte na mesma instituição. Tem experiência na área de curadoria e educação em museus de arte contemporânea. O foco de sua atuação e pesquisa é o desafio da arte contemporânea para a ressignificação dos museus. Reside no Rio de Janeiro.

O foco do documentário "Entrelinhas", que será exibido dia 04 de setembro na Fundação Cultural Badesc, é o diálogo da equipe de produção com o imaginário de pacientes internados no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico do Estado de Santa Catarina (HCTP).

Serão duas sessões, a primeira às 19h, seguida de um debate com os convidados José Geraldo Couto, crítico de cinema da Folha de S.Paulo, e Maria Cristina Riesinger Pereira, médica, picoterapeuta junguiana e antropóloga. A segunda sessão será às 21h, ambas com entrada livre.

A proponente do projeto contemplado no III Edital Armando Carreirão do Fundo Municipal de Cinema de Florianópolis, Letícia Cardoso, artista plástica com mestrado em artes visuais, tem como investigação poética o paradoxo entre a transitoriedade de um acontecimento e o seu registro em fotografia e vídeo.

"O tempo acabou se tornando não só um aspecto importante do espaço fílmico, mas uma condução mesmo da narrativa" afirma a artista, que assina o roteiro, direção e produção em parceria com o cineasta Pedro MC, que neste ano lançou seu documentário de longa-metragem "Maciço" , ainda em circuito de exibição.

"Para conseguirmos realizar a proposta de abordagem estética do projeto, optamos em minimizar o corpo de produção. Ao invés de uma equipe com formação clássica, nos dividimos nas tarefas com três câmeras", revela Pedro.

Apresentada a proposta à direção da Penitenciária Estadual de Santa Catarina, Letícia e Pedro começaram então a frequentar o HCTP a partir do final de 2008 até junho deste ano, capturando cerca de 25 horas de material bruto.

O dispositivo de filmagem foi baseado num conceito definido por Freud como "atenção flutuante", que consiste numa escuta sem preocupação imediata com o que poderá ser retido da conversa. Dessa forma os diretores se colocaram numa situação de aleatoriedade desejada, sem entrevista pré-marcada abrindo espaço à espontaneidade das falas.

Considerados esquizofrênicos, os próprios pacientes/personagens abordavam a equipe, e quatro deles se destacaram pela intenção e intensidade das conversas.

M.R. tem várias tatuagens feitas por ele próprio. Além de desenhar ele escreve poesias. Numa delas define os pacientes como "pássaros feridos", capazes de se curar com o tempo. Seu maior desejo é atuar num filme de Kung Fu.

Já V. é um paciente que precisa de terra para plantar. Sua meta é acabar com a fome no mundo, além de projetar a lápis a arca de Noé nas paredes do cubículo.

No pátio seco do Hospital, V. conseguiu cultivar um jardim de rosas vermelhas.

O jovem G. veio de Joinville de bicicleta para ser internado no Hospital. Segundo ele, não existe tratamento de adicção no serviço público e o único local em que há prisão perpétua no Brasil é no manicômio judiciário. A proposta estética criada por Letícia e Pedro contemplou a captação do olhar do próprio interno, e uma das câmeras foi manipulada pelo próprio G.

Muitos deles perderam o vínculo familiar antes mesmo da internação, ainda que já tenham cumprido suas medidas de segurança, isto é, a penalidade. O serviço social muitas vezes não consegue reestruturar estes vínculos familiares, ora por problemas de convívio, ou seja pela situação precária de suas famílias. Aliada à falta de residência terapêutica no estado, o HCTP, criado nos anos 1970, conta hoje com uma população permanente.

é o caso do personagem W. que teve uma "vida intensa de aventuras", segundo ele próprio. Hoje conversa muito sobre a memória e o tempo futuro, além de se se concentrar no desenho de mandalas (diagramas com figuras concêntricas ricas de simbolismo pessoal). Numa das séries os diretores observaram o uso de ponteiros de relógio como rosas do vento e pontos cardeais imaginários.

A experiência do tempo no universo simbólico de W. é representada quando diz que "aqui eu não preciso de relógio, quando eu estiver na liberdade, sim".

O documentário Entrelinhas mostra esta relação com o tempo fugidio, a perspectiva de saída, o relógio quebrado no corredor, o tempo morto no pátio onde se caminha sem direção, a rotina regulada das refeições, a hora do remédio, os segundos de recreação, num recorte de 37 minutos de vídeo.

Para montar o projeto, Letícia Cardoso e Pedro MC pesquisaram o trabalho da médica psiquiatra brasileira Nise da Silveira (1906-1999), que rompeu com as formas agressivas de tratamento do doente mental no país, sugerindo religação de vínculos com a realidade por meio da expressão simbólica e a criatividade.

Nise da Silveira criou o Museu do Inconsciente em 1954, obra que inspirou a edificação do Museu Bispo do Rosário e inúmeros outros empreendimentos no mundo. Nos anos 1980 escreveu roteiros para a série "Imagens do Inconsciente" dirigida por Leon Hirszman, sobre a produção criativa dos doentes mentais.

O doente mental que cumpre pena é estigmatizado como perigoso, desajustado e incapaz de restabelecer um vínculo social. Porém, segundo a diretora, "eles nos apresentaram um universo simbólico diversificado e muito interessante".

"Durante nossas visitas ao HCTP frequentemente eu ouvia de W. suposições de ´quando eu for para liberdade´. Várias vezes no verão escaldante eu saía da filmagem me perguntando o que eu vou fazer na liberdade", relata Letícia.

Muitos dos personagens foram acompanhados na oficina realizada pela professora de Geografia da Udesc, Ana Maria Preve, que realiza doutorado em Educação na Unicamp. Ela percebe a nítida melhora de convívio nos pacientes que se envolvem nos processos de criatividade e auto expressão, as "fugas" pela imaginação, em relação aos que se mantém enclausurados em seus sonhos.

No documentário "Janela da Alma" de João Jardim e Walter de Carvalho, o cineasta alemão Wim Wenders relata que quando criança, começou a assitir aos filmes, querendo " ler entre as linhas, e na época isso era possível (nos faroestes) ler entre as imagens. Havia tanto tempo entre as tomadas que poderíamos nos projetar dentro deles. Atualmente os filmes são enclausurados, sem espaço para projetar o sonho".

Para a edição, os realizadores decidiram dividir a tela, em planos que não ficam necessariamente em sincronia, brincando com a simultaneidade no tempo dos acontecimentos. As linhas que separam os planos sugerem dicotomias, inter-relações de antíteses sonoras, e contrastes entre o cárcere e a liberdade.

"Nós discutimos muito com a Yannet Briggiler, montadora do filme, para que o filme primasse pela relação da equipe com os personagens", acrescenta o co-diretor, que explica porque muitas imagens não entraram no corte final.

"Documentário é um recorte de olhar, as aulas de tapeçaria e tear por exemplo, que são muito interessante em termos visuais e simbólicos, vão aparecer melhor num futuro vídeo institucional que tentaremos fazer", finaliza Pedro.

Rita de Cássia Darós, assistente social que trabalha vários anos no HCTP, conhece bem o histórico de vários dos pacientes protagonistas. "é muito interessante a produção de um filme para mostrar um pouco do trabalho multidisciplinar que é realizado aqui dentro, que às vezes a sociedade não conhece pela simples falta de oportunidade". Agora é a hora.

O QUE: Exibição do Documentário Entrelinhas de Letícia Cardoso e Pedro MC

QUANDO: Dia 04 de Setembro de 2009

ONDE: Fundação Cultural Badesc (Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro, Florianópolis) Fone 3224.8846

HORáRIO: Primeira Sessão 19h / Debate 20h / 2ª Sessão 21h

DEBATEDORES: José Geraldo Couto e Maria Cristina Riesinger Pereira

ENTRADA: Gratuita

INFORMAçõES: Website: http://entrelinhasdoc.tumblr.com

E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Pedro MC | Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. | 8405.5375 / 3025.5375
Letícia Cardoso | Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. | 9926.4224 / 3025.5066

O boulevard da Avenida Hercílio Luz vai se transformar neste sábado (25/07) em palco para variadas manifestações culturais. Das 10h às 14h, o trecho da via de pedestres situado entre a Rua Anita Garibaldi e a Maternidade Carlos Corrêa, será ocupado pela Alameda Cultural - projeto da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC) que reúne apresentações gratuitas de música, teatro, dança, folclore, contação de história, artesanato, circo, artes plásticas e literatura, entre outras atividades. A programação faz parte das comemorações do 22º aniversário da FCFFC.

às 13h, haverá a performance teatral "Histórias de Canto e Encanto", com artistas do grupo de teatro do SESC. O espetáculo faz um mergulho na cultura popular utilizando-se de referências presentes no imaginário do povo brasileiro. Sobre pernas-de-pau, os atores Toni Edson e Júlia Lacerda convidam o público a viajar por entre trovas, ratoeiras, estoriolas, aboios e lendas provenientes das culturas formadoras do Brasil. Num misto de canto, contação de histórias e acrobacias o espetáculo propõe alegria e interação com o público.

Atrações

*Música (chorinho, com Grupo Nosso Choro; jovem guarda, com Os Santos; e MPB, com Severo)

*Folclore (Pau-de-fita do Sambaqui)

*Artesanato (olaria, crivo, renda, cestaria)

*Arte de Rua (perna-de-pau e malabares)

*Artes plásticas/ pintura ao ar livre em diferentes estilos (do moderno e contemporâneo ao naif - arte primitiva que não carece de preparação acadêmica). Haverá cavaletes, telas, tintas e pincéis à disposição dos interessados. Quem quiser, pode trazer seu próprio material.

*Literatura (títulos editados pela FCFFC)

*Teatro (com o grupo teatral do SESC - "Histórias de Canto e Encanto")

Um projeto ambicioso de restauração de livros devolve ao público uma parte valiosa do acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que guarda 2 milhões de livros.

Em meio a tanto material, é para pouco mais de 200 obras que as atenções estão voltadas neste momento. São volumes "à beira da morte", na linguagem usada pelos especialistas para definir aqueles tomos que caminham aceleradamente para a desintegração. Para salvá-los teve início um grande projeto de restauração, que devolverá às prateleiras pelo menos 57 dessas obras, algumas escritas há 500 anos.

O futuro dos outros 140 livros que estão fora de circulação é incerto, seja por falta de verba ou tecnologia. Entre esses, a maior perda é uma edição de 1661 de A Cidade de Deus, de Santo Agostinho. Vários trechos foram cobertos com tinta durante o período da Inquisição.

O método de censura se mostrou mais efetivo do que os próprios inquisidores poderiam supor: a tinta usada para impedir a leitura das páginas contém partículas metálicas, que provocam oxidação e corroem o papel. Não se encontrou uma forma de removê-la.

Texto disponível em: alturl.com/ssfo

Depois de conquistar diversos prêmios estaduais e interestaduais, a Banda Filarmônica de Itajaí tem motivos para mais uma comemoração. A partir deste ano, a Banda torna-se "Orquestra de Metais e Percussão", possível através do TAC - Termo de Ajuste de Conduta nº 618, acordado entre Prefeitura de Itajaí e Ministério Público.

Mesmo com a mudança de nomenclatura, manteve a contribuição mais importante deste projeto para o município e Estado: a formação gratuita de crianças e jovens, garantindo através da música a construção de valores e cidadãos mais conscientes e oferecendo enriquecimento cultural através de aulas práticas e teóricas sobre clássicos, contemporâneos e populares.

Ainda em 2009, a Banda passou a ser de responsabilidade da Fundação Cultural de Itajaí, que se preocupou em melhorar toda estrutura física e investir em novos trajes de gala e equipamentos. A Banda iniciou suas atividades em agosto de 1988, como Banda Marcial da Rede Municipal de Ensino. Em 2003 o maestro Luis Alberto Martins de Freitas assume o comando, iniciando uma nova etapa com o lema "Educar através da música", e trouxe perspectivas ousadas e abrangentes, com a musicalização de todos os seus alunos.

Atualmente, a Banda Filarmônica e Orquestra de Metais e Percussão é referência no Estado por sua qualidade expressiva de execução, resultado do empenho de seus professores e alunos. Dentre estes, destacam-se prêmios conquistados em concursos de bandas Estaduais e Interestaduais, como o Bicampeonato Estadual, ocorrido em agosto de 2008. Representou Santa Catarina e o Brasil por três vezes, no Festival Internacional de Bandas e Fanfarras, na cidade de Melipilla, no Chile, sendo reconhecida como a melhor banda participante em 2007.

Todas estas realizações renderam à Orquestra o reconhecimento da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), no Projeto Bandas, como modelo de gestão no Estado, resultando em uma cartilha inédita para área de bandas/orquestras, que será lançada também como modelo no Brasil. Em breve a Banda Filarmônica e Orquestra de Metais e Percussão representará Santa Catarina no arquipélago de Açores em Portugal.

www.fundacaoculturaldeitajai.com.br