local: TEATRO ADEMIR ROSA
Valor(es): R$ 50,00 R$ 25,00 meia entrada R$ 45,00 sócios do Clube do Assinante R$ 45,00 Clientes Smile e Funcionários GOL R$ 35,00 Clientes Bradesco PRIME COM COTA PARA ESTUDANTE NÃO ACEITA CHEQUE
Horário: Sexta e sábado - 21:00 Domingo - 20:00
Como ser bom e ao mesmo tempo sobreviver no mundo competitivo em que vivemos? Esta é a questão levantada pelo dramaturgo alemão Bertold Brecht na peça A Alma Boa de Setsuan.
Brecht escreveu esta parábola em 1941, época em que vivia no exílio da Alemanha nazista. Afirmava que a bondade era o estado natural do homem, e que a crueldade exigia um grande esforço. Entretanto, o preço para se praticar o bem em um mundo como o nosso seria alto demais. Passados 67 anos, o texto, mais que atual, mostra uma realidade muito mais cruel para os bons, num mundo onde a generosidade ficou perigosa.
Na montagem de Braz, o humor e a música dão dinâmica à encenação, envolvidos pela poesia do texto, às vezes lírico, às vezes cruel. O elenco, composto por onze atores, entre eles Ary França, Claudia Mello, Joelson Medeiros, Marcos Cesana, será conduzido pela trilha sonora de Théo Werneck, nos cenários de Márcio Medina, com figurinos de Verónica Julian, iluminados por Wagner Freire.
A história se passa na cidade chinesa de Setsuan, onde três deuses disfarçados chegam buscando abrigo de uma boa alma. Somente a prostituta Chen Te aceita hospedá-los. Como recompensa pela acolhida e generosidade, os deuses presenteiam Chen Te com uma quantia em ouro suficiente para que ela abra uma tabacaria e mude de vida. Em pouco tempo, no entanto, os moradores do vilarejo, entre vagabundos e exploradores, começam a arruinar o negócio de Chen Te com seus pedidos e chantagens. Para proteger-se e contornar a situação, a prostituta “cria” a figura de um primo austero, Chui Ta, ela mesma, que por ser mais justo do que bom, mostra-se capaz de tomar as rédeas do negócio. A abordagem sobre as várias máscaras sociais construídas para a sobrevivência é, apesar de tudo, um tema, sobretudo, contemporâneo.
“Quando li A ALMA BOA DE SETSUAN, me impressionei com a atualidade e o humor do texto. Quando Marco Antônio Braz disse que gostaria de encenar a peça porque acha que Brecht é divertido, me entusiasmei. Também acho. Brecht é divertido e tem a sabedoria de, através de uma história bem contada, dizer o que quer, nos colocando em questão absoluta diante do caos social onde aparentemente nos acostumamos a viver.”
Denise Fraga