A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) registra, com grande pesar, o falecimento de seu ex-presidente, Rodolfo Joaquim Pinto da Luz, ocorrido nesta quinta-feira, 3 de julho de 2025, aos 76 anos, em Florianópolis. Professor e advogado, esteve à frente da instituição entre janeiro de 2017 e abril de 2018.

Natural de São Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina, Rodolfo era casado com Ligia Pinto da Luz e pai de Rodolfo Pinto da Luz. Graduado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com especialização em Direito pela mesma Universidade e pós-graduação pelo Curso Regional Latino-Americano de Programas de Educação promovido pelo BIRD/CENDEC/MINIPLAN/UnB, era professor aposentado do curso de Direito da UFSC, instituição da qual foi reitor por três mandatos: de 1984 a 1988, de 1996 a 2000 e de 2000 a 2004.

Foi presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (ANDIFES) e do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB), e presidiu a Junta Governativa da Associação COLUMBUS de Universidades Latino-Americanas e Europeias. Exerceu, ainda, interinamente os cargos de Ministro da Educação, Secretário Executivo do Ministério da Educação (MEC) e a presidência da Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (CAPES).

Em 1989, assumiu a presidência do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF). Nos anos de 1993 e 1994, foi secretário Educação Superior do Ministério da Educação e do Desporto.

De volta à administração municipal de Florianópolis, exerceu por cerca de 12 anos o cargo de Secretário Municipal de Educação, além de ocupar a superintendência da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC) nos anos de 2009 a 2012, quando foi responsável pela criação do Sistema Municipal de Cultura e pelo lançamento e pagamento de editais da área. Ainda sob sua gestão, foi criado o Conselho Municipal de Políticas Culturais e iniciada a discussão acerca do Plano Municipal de Cultura.

Cidadão honorário de Florianópolis, Rodolfo Pinto da Luz recebeu inúmeras distinções entre Diplomas, Medalhas, a Ordem do Mérito da Educação, a Ordem do Mérito Judiciário de Santa Catarina, a Ordem do Mérito Empresarial concedido pela Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF), Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Roraima, Medalha João David Ferreira Lima, Medalha Dias Velho, entre outras honrarias.

A presidente da Fundação Catarinense de Cultura, Maria Teresinha Debatin, ressalta a importância de Pinto da Luz para a causa da Educação. "Há um carinho e um respeito pelo professor pelo corpo funcional da FCC e, é com esse respeito e este pesar que eu peço aos anjos e arcanjos que o recebam com júbilo. Sua vida não foi em vão, sua vida foi dedicada a uma causa extremamente nobre, que se chama Educação. Que a fé em encontros futuros seja o alicerce para amparar a família, os amigos e todos aqueles que o tinham em grande consideração", disse.

À frente da FCC, a gestão de Rodolfo Joaquim Pinto da Luz foi marcada por parcerias com entidades, principalmente na área do patrimônio, na busca por soluções e avanços para a construção de uma política de estado para o setor, como o tombamento de mais de 50 imóveis históricos da Rota Nacional da Imigração, a realização dos editais Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura, Cocali – Aquisição de Livros de Autores Catarinenses, e a aprovação e promulgação da Lei que Institui o Sistema, o Plano e o Fundo Estadual de Cultura – considerado um marco regulatório para o segmento. Durante o tempo que esteve à frente da FCC, também foi responsável pela revitalização da Casa da Alfândega e a restauração da parte elétrica do Museu Histórico de Santa Catarina, no Palácio Cruz e Sousa.

“Foi um período de dificuldades, mas de superação. De entender a nossa responsabilidade para com as finanças do Estado, mas sem abrir mão daquilo que nos é muito valioso: a importância de se investir na cultura, por seu já consagrado valor alcance social, mas principalmente pelo seu inestimável potencial em termos de geração de renda e economia. Cultura é investimento, não despesa. Saio convicto de que fizemos o possível e muitas vezes o impossível, uma luta que valeu e sempre valerá a pena”, disse em sua despedida.