O filme Tio Tommy - o homem que fundou a News-Week, contemplado no Prêmio Catarinense de Cinema, acaba de ganhar prêmio de melhor documentário no New York Movie Awards.

Thomas J C Martyn, fundador da revista americana Newsweek, está sepultado em Agrolândia - uma pequena cidade do interior do sul do Brasil. Partindo dessa estranha descoberta, o filme investiga a vida desse personagem importante e reservado. Thomas foi um homem de grandes feitos: lutou na Primeira Guerra Mundial como piloto do Royal Flying Corps, foi o primeiro correspondente internacional da revista Time e do The New York Times, participou de grandes rodas em Nova York ao lado de Scott Fitzgerald, Henry Luce, Nelson Rockefeller e Roosevelt, fundou a segunda maior revista americana e, após sofrer um golpe, mudou-se para a América do Sul durante a Segunda Guerra Mundial, onde se engajou na política internacional. Por meio de entrevistas, documentos, fotos, filmes, fitas de áudio, cartas e manuscritos, o filme tenta reconstruir a trajetória de Thomas, uma vida cheia de lacunas. Um road movie entre Nova York e São Paulo, Cornwall e Agrolândia, Rio de Janeiro e Connecticut, onde segredos, verdades e mentiras vão confrontar diferentes versões de quem foi esse homem misterioso e como ele se tornou o tio Tommy.

Rodado em 4 países e 15 cidades, o filme levou quatro anos para ficar pronto, entre a pesquisa, a pré-produção, as filmagens e a edição. O projeto foi viabilizado através do Prêmio Catarinense de Cinema - Fundação Catarinense de Cultura, com Arranjos Regionais do FSA - BRDE, ANCINE - Agência Nacional do Cinema.

Segundo a diretora e produtora Loli Menezes, “Este projeto nasceu de um grande mistério. Por que um homem que teve tamanha relevância na história da imprensa dos EUA terminou seus dias no interior de Santa Catarina, na pequena cidade de Agrolândia? A trajetória de Thomas J C Martyn é envolta em perguntas que precisam ser respondidas. Uma narrativa que se inicia familiar, quando Malcon Bauer, ator e roteirista  natural de Agrolândia, descobre que essa ilustre personalidade, enterrada em sua pequena cidade, é seu tio-avô. Uma jornada pela história da sua própria família, que vai de pessoal a universal, uma vez que Thomas estaria envolvido em relações políticas entre os EUA e o Brasil. A perspectiva histórica se cruza com a história pessoal do personagem, que é envolta em segredos e fatos mal explicados. Um intelectual influente, que abandonou uma vida construída e reconhecida para se exilar em outro país em plena segunda guerra. Por que? É um documentário que explora a curiosidade e a pesquisa. O que guia o filme são as perguntas e não as respostas, é o processo e não o fim.

O filme teve estreia nacional em São Paulo, no É tudo verdade - maior festival de documentários do país - e em seguida foi exibido no Festival Guarnicê de Cinema, festival mais antigo do Brasil, em São Luiz do Maranhão. Participou, também, dos festivais internacionais Durban, na África do Sul e BARCIFF, em Barcelona.