Os 125 anos de nascimento do escritor e memorialista Ildefonso Juvenal da Silva são o ponto de partida da exposição Ildefonso Juvenal da Silva: um memorialista negro na imprensa catarinense. A mostra fica aberta até 10 de maio, no hall de entrada da Biblioteca Pública de Santa Catarina, com entrada gratuita.

A exposição é composta por 32 imagens alusivas aos aspectos autobiográficos do autor, suas preocupações com a preservação da memória sobre a vida e obra do poeta Cruz e Sousa, entre outros temas como a miséria, questões sanitárias, epidemias, valorização da educação como forma de combater as desigualdades sociais e a existência de práticas de preconceito e racismo. Temas atuais, cujo debate se faz necessário na sociedade.

Quem foi Ildefonso Juvenal da Silva?

Nascido na antiga Desterro, no outono de 1894, Ildefonso Juvenal, filho de Ovídio Medeiros da Silva e Henriqueta Castro e Silva, aquele alforriado e esta liberta desde o nascimento, utilizou-se da educação como instrumento de superação dos estigmas que mantinham a população negra à margem dos meios e mecanismos de ascensão social na provinciana capital do estado.

Órfão de pai aos 12 anos, foi alistado na Escola de Aprendizes a Marinheiros, sediado na parte continental de Florianópolis, onde se presume ter aprendido o ofício de tipógrafo. Nesta instituição se destacou entre os meninos de sua idade, sendo homenageado por seus superiores.

Sua estreia no cenário literário de Florianópolis ocorreu em 1914, aos 20 anos, ao publicar com recursos próprios o livro Contos Singelos. Era apenas o início daquele que viria a ser uma das mais celebres expressões culturais na terra do autor de Broquéis ou, no dizer de Liberato Bittencourt, “Ildefonso Juvenal é assim, fiel, reprodução de Cruz e Sousa em terra Santa”.

Consta em sua biografia profissional os trabalhos realizados nos jornais O Azar e a A Casaca, ambos de 1911; Folha Rosea, de 1915; O Acadêmico, de 1923; e O Miliciano, de 1927. Na Polícia Militar, antiga Força Pública, trabalhou como professor de alfabetização e, mais tarde, após formado farmacêutico pelo Instituto Politécnico de Florianópolis, organizou o setor de Farmácia daquela instituição de segurança pública, chegando a Major no final de sua carreira militar.

Membro de diversas associações literárias, foi cofundador da Associação dos Homens de Cor, do Centro Cívico e Recreativo José Boiteux, do Centro Catarinense de Letras, da Associação Promotora da Herma de Cruz e Sousa e da Associação dos Farmacêuticos de Santa Catarina. Pertenceu, ainda, como membro correspondente da Academia Rio-Grandense de Letras (Rio Grande do Sul), da Academia de Letras José de Alencar (Paraná), da Academia de Letras do Paraná, do Instituto Histórico de Geográfico de Santa Catarina e da coirmã na cidade de Santos, São Paulo.

Ao longo de 50 anos, publicou sobre os mais variados campos do saber, totalizando 17 obras, além de numerosos artigos dispersos nos jornais locais e nos periódicos do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.

Ainda em 2019, a mostra segue para Itajaí, de 10/05 a 09/06, e Museu Nacional do Mar (São Francisco do Sul), de 10/06 a 09/07.

Serviço:

O quê: Exposição Ildefonso Juvenal da Silva: um memorialista negro na imprensa catarinense
Visitação: de 11 de abril a 10 de maio. De segunda a sexta-feira das 8h às 19h. Sábado das 8h às 11h45.
Onde: Biblioteca Publica de Santa Catarina
Rua Tenente Siveira, 343 - Centro - Florianópolis
Classificaçao indicativa: livre
Entrada gratuita